Marionete
Após o último jogo, resolvi deixar de me preocupar um pouco com assuntos relativos ao Internacional. Claro que momentaneamente, já que com a chegada da nova partida, contra a Chapecoense, certamente retomaria o ímpeto de torcedor. Não sei para vocês, mas para mim o Inter é que nem cachaça para alguns: um vício!
Acerca do último jogo, para não deixar passar em branco, meu único alento foi o fato de conseguirmos deixar o outro lado mordidinho, de queixo caído, pois achavam que a vitória seria certa e esmagadora. Por isso, e só por isso, valeu o empate. No mais, não nos ajudou na tabela e ter de ver o Inter com 11 atrás da linha da bola chega a ser um deboche com a história do Clube.
Retomando, a verdade é que pouco vi ou li sobre o Inter até hoje. De tal maneira, que só soube da demissão do diretor executivo de futebol porque o Arthur, meu irmão, chamou-me no watts para avisar. Na hora e até momentos que antecedem este em que vos escrevo, não tinha percebido algo muito considerável nessa decisão, afinal, o Jorge Macedo não vinha apresentando um trabalho de destaque. Pelo contrário, a meu ver.
Todavia, depois de ler alguns comentários por aí, acerca da possibilidade do Rodrigo Caetano assumir ou sei lá quem, fiquei com a pulga atrás da orelha. Alguém disse que a demissão do diretor seria para dar uma sacudida no vestiário. Mas o Macedo tinha tanta relevância assim? Ora, ouvi não mais que duas ou três entrevistas dele na vida e nunca me pareceu alguém que se impunha diante de jogadores do quilate de D’Alessandro, por exemplo. Mas, quem sabe…
E diante dessa idéia de sacudida no vestiário, logo me veio a cabeça que o que sacode vestiário, objetivamente, é troca de treinador ou, quando muito, do principal dirigente. Logo, tirar o Jorge Macedo e manter Roberto Melo é o mesmo que colocar uma roupa limpa sem tomar banho: melhora a aparência, mas o mau cheiro permanece.
Por tudo isso, digo que não entendi bem esta decisão, ainda que não discorde da mesma. A bem da verdade é que Jorge Macedo não é o que precisamos. Isso significa que a cabeça de Odair Hellmann também está a prêmio? Pois, na minha humilde opinião, nem sempre sensata, entendo que sim. O treinador pode cair independente do resultado do próximo jogo? Também penso que sim. Mas, obviamente, eu sei que eu sou um otimista incorrigível e, com isso, flerto facilmente com a ingenuidade.
Tanto por isso é que também me coloca pulga atrás da orelha a pronta colocação do Zeca na lateral-direita. É claro que o Zeca com dois pés nas costas deve apresentar um futebol melhor que o que o Fabiano deveria apresentar, mas não me recordo do Odair ter feito uma mudança de perfil tão significativa assim, duma hora pra outra. Com isso, de duas uma: ou finalmente o Odair resolveu escalar o time conforme suas convicções ou alguém está escalando o time por ele.
E a uma nesse caso é, com o perdão da redundância, uma só mesmo: o treinador é uma marionete. Ou estou sendo exagerado? Torço que sim, afinal. Torço que sim.