Incorrigível
Inicio revelando que fiquei deveras envaidecido por ter meu nome ventilado na última coluna do Airton Kwitko, sábado, notadamente por lhe julgar um dos expoentes da história do Blog Vermelho, sempre trazendo uma escrita refinada, qualitativa, ainda que por vezes eu possa não concordar relativamente com algum tema proposto. Sem qualquer demagogia, sou um assíduo leitor dos post’s do Airton, onde sempre busco aprender um pouco (ou muito), para o fim de buscar tentar manter um padrão de qualidade aqui no Blog Vermelho.
Confesso-lhe, Airton, que sequer me achei tão otimista assim na minha última manifestação, embora, relendo o que escrevo, as vezes parece que sequer me reconheço. A verdade é que quem me conhece pessoalmente sabe que o meu sangue ferve facilmente, principalmente quando o assunto diz respeito ao Internacional. Por aqui, todavia, tenho tentado não deixar isso transparecer, uma vez que me parece, pontualmente, que é preciso tentar enxergar alguma coisa além, ainda que seja a luz no fim do túnel que te referes.
Mas digo a ti e a todos, todavia, que tem sido cada vez mais difícil enxergar as coisas do Colorado com um olhar otimista.
Assim como todo mundo aqui, imagino, também assisti ao vídeo onde o jogador Nico Lopes sugere (ou afirma) que quer ir embora do Inter. Não morro de amores; mais me irrito com ele, é bem verdade. Mas eu entendo o Nico Lopes. Fosse eu, ao ver qualquer um chegar, nem treinar, vestir a camiseta e já virar titular no meu lugar, também pediria o meu boné. Aliás, já aconteceu algo similar comigo. Era funcionário público, pedi uma transferência, julgava ser o nº 1 da fila, e quando a vaga de destino abriu entregaram para outro, um bajulador qualquer. Na mesma semana formalizei o meu pedido de saída e não me arrependo de ter deixado salário e estabilidade pra trás. Mas o assunto não sou eu, obviamente.
Dentro do meu pensamento lúdico, no que refere ao Internacional, dentro do meu otimismo exagerado, sugerido pelo Airton (sem pejorativismo, eu sei), voltei no tempo e lembrei dum greNal em que o Uh! Fabiano (vulgo cachaça) apareceu as suas vésperas com alguma lesão. Se minha memória não me trai, até engessaram ele me parece. E no domingo estava lá, dentro de campo, quase que um exército de um homem só contra o tradicional adversário.
Claro que as circunstâncias hoje são outras, mas quero pensar que Nico Lopes não só não vai embora como joga este próximo clássico. Nada me faz acreditar que improvisar Zeca no meio campo, sendo que piora o fato dele não jogar desde o ano passado, é uma ação que o treinador Odair pensa realmente em executar. Nada! Não posso acreditar em tamanha covardia. Outro adjetivo não encontro no momento.
A luz do que venho escrevendo por aqui, da idéia de que quem tem medo de ganhar perde, bem como diante do resultado do último jogo, penso que temos que entrar jogando pra cima. Ahh mas vamos tomar uma goleada, e isso, aquilo, e aquele outro… Pode ser. Mas duvido que seja. A uma que eu não enxergo esse bicho papão do outro lado. A duas que é o Inter, p…! Não interessa a fase que a gente vive, greNal se joga para ganhar. Chega de coitadismo. Chega desse pensamento cagalhão.
Vou além: ganha esse jogo e manda embora o treinador Odair igual. Como treinador, e é o cargo que ocupa hoje, não deu o resultado que um time do tamanho do Inter precisa. Passa o trator na diretoria de futebol também, parafraseando um ex (des)treinador Colorado, hoje desempregado.
Pensando bem, Airton, talvez eu seja mesmo um otimista incorrigível!
PS.: Deixo aqui, em nome dos torcedores Colorados do BV, nota de pesar pelo falecimento do presidente Fábio Koff, de vida dedicada ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense e de relevantes serviços prestados ao futebol brasileiro.