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Convenhamos, o mais fácil de tudo, neste momento, é jogar a toalha e aceitar que iremos encarar, objetivamente, 40 anos sem um título do Campeonato Brasileiro. Aquela lambança no segundo gol que tomamos foi um balde de água fria para os torcedores e até mesmo os jogadores em campo, penso eu. No meu caso, presente no Beira Rio, vi o lance tão de perto que quis entrar dentro de campo para tirar aquela bola pra fora… parecia tão simples, afinal!

Então, o mais fácil de tudo, neste momento, é pensar mesmo que o sonho do tetra, ao menos para este ano corrente, acabou. Certo?

Não mais para mim.

Pensava assim até ontem. Pensava também em não escrever hoje. Penso que muitos aqui vão achar que estou debochando da boa vontade. Mas, não. Decidi que pensar muito não me leva a lugar algum. Apenas comecei a preferir, então, seguir sonhando com a possibilidade do tetra, ainda que cada vez mais distante, a entregar os pontos agora, mais de um mês antes do fim do campeonato. Sim, eu voltei a acreditar.

Sem querer ser piegas, mas sendo, enfim (e azar), desde que eu me entendo por gente nunca vi o Internacional ganhar alguma coisa sem uma boa dose de sofrimento. Mesmo em 2006. Ora, aquelas quartas de final contra a LDU foram dias intermináveis. Perdemos sem precisar no Equador e esperamos dois meses (dada a copa do mundo) para o jogo de volta, com gols que chegaram somente no segundo tempo. Eu sei, porque eu estava lá, sentado na velha, apertada e nostálgica social. Mas, a esperança da virada, esta nunca morreu

Ou voltando mais atrás, lembrando dos fatídicos anos de 1990, em que tínhamos times na maioria das vezes medianos e que, mesmo sabendo que não ganharíamos, eu passava o campeonato inteiro sonhando e pintando o quadrinho dos pontos que vinha no Guia do Brasileirão, um especial da revista Placar que existia outrora.

Eu, afinal, e só falo por mim, nunca deixei de imaginar meu time no topo do Campeonato Brasileiro. Por isso eu fui o primeiro aqui a lançar a campanha do tetra, meses atrás. E é por isso que eu agora, ao menos eu, não posso jogar a toalha. É difícil, sim, mas ainda dá. E quem sonhou que o título viria com antecedência o fez de forma equivocada. Se vier (e virá!), vai ser na última rodada, numa fumaceira contra a desgraça do Paraná. Ou quem sabe uma rodada antes, em casa contra o Fluminense. Nada muito melhor do que isso.

O certo é que os anos recentes de glória transformaram a nossa torcida Colorada numa das mais exigentes do mundo. Aprendemos a achar os problemas, inclusive, nas vitórias. Ficou, com o passar dos últimos anos, mais fácil reclamar e ser cético. Nada nunca ficará bom. Nada.

Alguém sabe me responder o porquê?

Eu não sei a resposta.

Só sei que eu ainda acredito. Só sei que nunca foi fácil. Só sei que não seria diferente justamente agora.

Vamo, Inter. Seremos Campeões!

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