E agora, José?
Sei que o título soa piegas eis que direciona a um trocadilho quase infame para com o nome do nosso novo treinador, mas tomo a licença poética pois, restando 11 jogos para o fim da temporada não se tem muito tempo para pensar e, sim, para agir. Do post do colega Mauro até hoje não houve uma manifestação deste que vos escreve acerca do treinador e apesar de confessar que não fiquei feliz com a vinda de Zé Ricardo, também não sou daqueles que faz terra arrasada e que vai pedir cancelamento do quadro de sócios porque discorda das “ideias” da direção. Se é que eles as têm, obviamente.
Eu não (afora para aquele jogo contra o Avaí) fui sequer um otimista de que o interino Ricardo Colbachini conseguisse ir longe na casamata Colorada. Substituições à moda Odair, sem qualquer perspectiva de sucesso – afinal, todos já sabemos o que não vem dando certo. Para que, então, a insistência? Contra o Vasco se agravou que podia estar caindo o mundo que o Patrick não ia sair do time. Colocar WS depois dos 40, já perdendo há mais de 20 minutos? Abrir mão da última substituição porque o poder de “finalização” dos que estavam em campo ele confiava? Respostas piores que estas, com todo o respeito que ele merece – afinal, não é fácil pegar essa barca, só as do lado azul, ontem, depois daquela fiasqueira de proporção internacional.
Logo, a permanência do Colbachini estava condicionada à manutenção da zona de conforto a que estavam bem dispostos nossos mimados jogadores, que sentiram a perda patética da Copa do Brasil e desde então não conseguem parar de sofrer. Ora, convenhamos! Tinha que mexer, pois. E se o Zé Ricardo não é lá a 8ª maravilha do mundo, em não havendo a possibilidade de trazer o Eduardo Coudet de cara, acabou por se tornar um nome viável. Não sei se vai dar certo só que pior do que estava entendo ser impossível de ser mantido. Vamos dar uma chance para o talvez improvável, o que nos custa, afinal? Nós torcedores Colorados também ficamos mimados com as vitórias e os títulos, a ponto de achar que é só mandar um técnico vir que ele assim o faz correndo. Ainda temos feridas que embora cicatrizadas ainda estão ali para que possamos relembrar tudo de ruim que recentemente vivemos.
Nota-se que o Zé Ricardo no primeiro treino já fez o óbvio. Pegou o Neilton e colocou na posição que ele melhor rendeu nos últimos anos e também aqui (naquela única vez, inclusive, lá em Minas Gerais). Passou a trabalhar com um 4-2-3-1 que pode se transformar num 4-4-2. Ahhh, saudade do velho e bom 4-4-2. Sou um saudosista incorrigível, eu sei. Colocou estrategicamente o Nico treinando entre os reservas, para mostrar que quem vai escalar é ele, em que pese eu acredite que Nico jogue ao invés do Parede (aliás, que amor por jogador meia boca tem o Inter né?). Enfim, algumas mudanças sutis, mas que eram necessárias para oxigenar o ambiente e o desempenho dentro de campo.
Antes disso, na coletiva de apresentação, pareceu-me bem realista, seguro e ciente do pepino que tem nas mãos. Ou seja, não há espaço para iludidos mais no futebol. Por falar em iludidos, alguém do lado de lá conseguiu anotar a placa da patrola será? O bom da mística de que sempre existe um dia após o outro é que aquele que detém a prepotência da superioridade tende a tomar o tombo e ainda dar vexame.
Hahahaha.
E nada como um bom dia atrás do outro.
Boa sorte, Zé Ricardo.