Botar fé no veínho
Quem nunca definiu Andrés D’Alessandro como já aposentado do futebol que atire a primeira pedra (ou faça um comentário). Não vai muito, algumas rodadas atrás, com o time vencendo sem a presença do capitão em campo, já se dizia que o gringo era carta fora do baralho. Assim como, lá quando ele resolveu ir para o River Plate, falava-se que no Inter não tinha mais espaço para voltar. Pois voltou ao Clube e agora volta ao time, ambas de forma inconteste.
Muito já se falou acerca duma possível influência exacerbada de D’Alessandro no vestiário Colorado, e que este já haveria contribuído, inclusive, para a queda de alguns treinadores. Na prática, entretanto, afora um revés público com o atual técnico da seleção brasileira (o qual não me desce, admito), nunca vi ou ouvi qualquer treinador fazendo qualquer crítica ao argentino. De igual modo, não lembro de jogador reclamando da sua atuação dentro do vestiário.
A bem da verdade é que nós torcedores (e me incluo nessa) somos na maioria das vezes ingratos. Deixamos a paixão nos cegar a ponto de não visualizarmos coisas óbvias. E no caso, parece-me cristalino que ainda não temos substituto para D’Alessandro, dentro ou fora de campo, de modo que o pulo do gato, tal qual sugeriu o colega Mauro, em mais um grande post de sua lavra, pode ser mesmo o argentino que, convenhamos, jogou grande partida diante do time do Diego Aguirre.
Restando oito jogos pela frente e precisando tirar quatro pontos do líder, por garantia, não é mais hora de ficar procurando “pelo em ovo”. Se tecnicamente D’Alessandro ainda é o nosso melhor jogador, tem de ser titular! O treinador que monte uma forma de fazer o seu (único) esquema dar certo com a presença do camisa 10 que, de igual modo, não pode deter a tarefa de ficar marcando lateral, esta que é mais uma das pobrezas táticas do futebol moderno (ao menos do brasileiro).
Além disso, é preciso que nós torcedores tenhamos fé que o título ainda pode vir e com isso incentivar quem está em campo, por mais que não seja o jogador que mais nos agrade. Como a chance de utilizar alguém da base é quase remota, a esta altura do campeonato, o negócio é torcer por lampejos de bom futebol de alguns dos nossos jogadores em campo. Chegamos longe com o time que temos? Talvez. Mas já que estamos aqui, não custa aguentar mais um pouco…
E na minha humilde opinião, que sei que não tem lá tanto valor, o time a partir de agora deve ter D’Alessandro e mais 10. Vejamos que o melhor em campo no último jogo talvez tenha sido Nico Lopes, fazendo as vezes dum velho ponteiro direito, num cruzamento para o primeiro gol no melhor estilo Uh Fabiano! O primeiro gol foi de futebol raiz, senhoras e senhores, e isso só foi possível porque Nico não precisou armar jogadas pois o craque veterano do time estava em campo.
Então, eu vou botar fé no veínho, porque o veínho é de fé e sabe jogar bola. E sabe levantar taça também, o que é de suma importância.