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Historicamente tive um problema com o mês de agosto; não só eu, afinal, a pecha de “mês do desgosto” não deve ter sido prescrita de maneira aleatória. Mas, e muitos deles temos em nossa existência, a vida com o passar do tempo conferiu a agosto um mês especial para mim: nele me formei bacharel em Direito, me casei e, o principal e melhor de tudo, nasceu o meu amado filho Bernardo, Colorado por certo. E com isso o mês de agosto que outrora eu não gostava (ainda que por motivos banais), passou a ser um dos principais meses do ano, ao menos no quesitos comemorações. Óbvio que vocês não estão aqui interessados sequer em saber disso, mas a questão minha para com o mês de agosto é apenas uma introdução para uma notícia envolvendo o mês que chega em pouco mais de trinta dias: o começo do Campeonato Brasileiro.

Anunciou a CBF, ontem, ainda que eu não tenha visto se foi em seus canais oficiais, que pretende iniciar o Campeonato Brasileiro no mês de agosto, séries A e B, isso em comum acordo com os Clubes, conforme se noticiou. Seria no final de semana do Dia dos Pais, aliado a algumas particularidades, como a possibilidade de jogos serem realizados inclusive fora das próprias casas, em decorrência de eventuais proibições do poder público (único que não concordou foi aquele clube pathetico do Paraná); jogos, aliás sem público ao menos no começo e provavelmente até a metade do campeonato que está previsto para se encerrar somente em fevereiro de 2021. A Copa do Brasil se iniciaria no final do mesmo mês e o encerramento seria concomitante ao campeonato nacional.

É uma tentativa, em suma, de retomada do calendário do futebol, ainda que de forma um tanto quanto precária, o que, convenhamos, nem é tão novidade assim em termos de futebol brasileiro. Mas a verdade é que os clubes, em especial a questão do Internacional, não tem mais para onde correr no quesito financeiro e o nosso próprio mandatário confidenciou, no início da semana, que o limite sem futebol suportado pelo Colorado é de mais sessenta dias. Depois, a volta do futebol é tão somente reflexo da forma como o Brasil como um todo administrou (ou não) a questão da pandemia.

Como já me manifestei acerca do tema, não mais farei juízo de valor acerca desta previsão de retorno. Apenas pontuo que a questão do encerramento do campeonato somente em 2021 é a deixa que precisávamos para, enfim, amoldar o mais próximo do razoável com o calendário europeu e dos principais campeonatos e ligas que temos no mundo. Não obstante, a Libertadores deve vir a reboque, possivelmente em setembro.

Qual seja, é o futebol tentando voltar ainda que a fórceps.

Por fim, preciso destacar e elogiar o grupo de jogadores do Internacional que aderiram literalmente à campanha de novos sócios e passaram a integrar o quadro do clube. A ideia teria partido de Bruno Fuchs, que inspirou Heitor e Nonato e cerca de 70% do grupo de jogadores agora são sócios do Internacional.

Louvável. Posso ser otimista demais, me cobrem depois, mas esse tipo de ação demonstra que o grupo está fechado com o Clube e quando isso acontece tem cheiro de título no ar. Então, que assim seja!

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