O ataque e o calcanhar
Hoje é um daqueles jogos grandes, contra a equipe queridinha da mídia e para onde todas as atenções vão estar voltadas: o confronto do vice-líder contra o terceiro colocado.
A equipe carioca vem desfalcada de talvez seu principal jogador: Paquetá, a serviço da seleção, além de Cuéllar, Diego e Réver, o último por questão contratual; já o colorado vem com equipe considerada titular completa.
A preocupar a arbitragem de Ricardo Marques Ribeiro (MG), um conhecido juiz “pavão”, que adora aparecer e costuma ter arbitragens controversas… Esperamos que não haja favorecimento ao Flamengo, outro fato corriqueiro em jogos decisivos…
Se é um jogo de cachorro grande, daqueles de se esperar com ansiedade, assim também são as expectativas: uma vitória hoje, aliada com uma derrota do São Paulo no difícil duelo contra o Galo em Minas e a liderança pode finalmente virar realidade.
É jogo também para superar a grande dificuldade e talvez última barreira para começar a sonhar de maneira mais concreta com o título: o desempenho ofensivo contra o pelotão da frente.
Se considerarmos as equipes do G7, o Inter marcou apenas 1 gol em 8 jogos:
Com produção ofensiva de 0,125 gols por jogo, obviamente o aproveitamento nestes jogos não poderia ser bom: 33%, quase a metade se comparado com o aproveitamento geral na competição: 65,2%.
O desempenho só não é um desastre porque a defesa, o fiel da balança nesta campanha colorada, não foi vazada em 6 dos 8 jogos, sendo 6 deles fora de casa, o que é um índice absolutamente espetacular.
O Mauro no seu post de segunda aborda com maestria a necessidade de maior ousadia e protagonismo ofensivo pela equipe colorada…
Uma vez que a equipe virou postulante ao título, a atenção das demais equipes foi voltada para as bandas do Beira-Rio, e hoje já começa a ser mais evidente o antídoto ou a fórmula que as equipes tem empregado para neutralizar o jogo reativo colorado: marcação vigiada e as vezes dobrada em Patrick e Nico López, povoamento do meio-de-campo, pressão a partir do campo de defesa e contra-ataque em velocidade…
O Inter, até pelas características físicas e táticas de seus jogadores ainda tem sérias dificuldades em fazer um jogo propositivo e apoiado na criação de espaços; aqui cabe uma das críticas que considero construtivas ao trabalho quase irretocável que Odair tem feito até agora: faltam alternativas testadas e uma consolidação de um “plano B”.
Neste ponto, as substituições são quase pragmáticas, muitas vezes 6 por meia-duzia: Jonathan Alvez por Damião, Rossi por Pottker, Dalessandro ou Camilo por Nico López, e vice-versa.
Vejam que é salutar o fato de que alteram-se os nomes, mas mantém-se as características; entretanto irão haver jogos onde será necessário uma mudança na estratégia e no plano de jogo, e eis aqui o calcanhar de Aquiles da equipe, e por ora grande desafio de Odair: como melhorar o desempenho ofensivo da equipe contra seus rivais diretos, de maneira equilibrada?
No embate de logo mais a noite, talvez não seja necessário marcar muitos gols, talvez um baste… O Flamengo vem em um princípio de crise, sem principais jogadores e com uma queda flagrante de desempenho pós-copa. Um daqueles jogos muito perigosos, e um confronto direto que pode ser fundamental para as pretensões de ambas as equipes.
Hoje é dia de marcar gols, hoje é dia de lotar o Beira-Rio, hoje é dia de assumir a liderança…
Hoje é dia de Inter!
@Davi_Inter_BV