Na base do grito
Dormimos entusiasmados com mais uma vitória Colorada, a terceira na sequência fora de casa e a quinta no geral. Motivos para acordar sorrindo? Obvio! Mas, não muito tempo depois de botar o pé pra fora das cobertas, eis que surge uma notícia que coloca em xeque um pouco da alegria: suspensa a liminar que permitia que Guerrero jogasse futebol. E agora?
Mas vamos respeitar o cronologia da coisa. Jogamos ontem na Arena Fonte Nova, Bahia, contra o time que leva o nome do Estado. Mais uma vitória, de certa forma encardida, mas que vem demonstrando que a sorte, enfim, e de fato, voltou a traçar o mesmo rumo que o nosso. Alguns pontos, todavia, merecem ser destacados.
Começando pelos negativos. O lateral Dudu, infelizmente, mais uma vez demonstrou que jogar no Internacional ainda não é pro seu cacife. As principais bolas de perigo vieram do lado direita da marcação, na maioria das vezes exposto pela pouca afeição do jogador à coisa. Para piorar, lembro de duas vezes ele subindo ao ataque, quando muito. Não sei se essa é a única justificativa, mas ontem acabamos sofrendo riscos defensivos que não vínhamos enfrentando, como quando o Gilberto cabeceou sozinho ou quando após aquele bate e rebate e bate, o jogador do Bahia bisonhamente isolou. Nossa sorte é que a bola sobrou para jogadores que passam alolargo da definição de craque.
Já o meia Camilo, titular dada as circunstâncias dos desfalques e também diante do seu belo gol de falta, que ainda lateja minha memória, não pode perder um gol como aquele no início do jogo, convenhamos. Do lado esquerdo, Iago mais uma vez não jogou bem e foi fominha quando não deveria. Mas vencemos. Apesar de pontuais “poréns”, vencer é sempre o mais importante. Ganhamos porque ainda assim fomos melhores que o time da casa e do meio para frente jogamos com inteligência. Dourado parecia um gigante em meio a anões. O fora da caixa Rossi, mais uma vez, se mostrou um jogador de acentuada utilidade. Até mesmo Pottker, ainda sem uma atuação de luxo, ontem desempenhou um papel tático relevante.
Enfim, estamos na vice liderança, atrás apenas um ponto do SP e queremos o título. Queremos o tetra!
Dito isso, vamos à questão do Guerrero. Uma pena, pois parecia que, de fato, seria uma grande contribuição para o time. Impressiona a rapidez que essa história reapareceu e o efeito suspensivo foi revogado. Ainda prefiro esperar para ver no que vai dar, afinal, temos alguns dos maiores advogados da área desportiva brasileira, quiçá mundial, então, não vejo nada como perdido.
Mas isso irá abalar o time e a confiança do torcedor?
Primeiro, que Guerrero sequer entrou em campo e estamos mesmo assim farejando a liderança. Depois, isso me faz lembrar uma história. O dia era 19 de dezembro de 2006 e marcava a chegada do Inter Campeão do Mundo em Porto Alegre. Eu inventei de ir trabalhar, mas não consegui e avisei que podiam me descontar o dia, mas estava indo pro Gigante. Peguei um T2 numa parada na esquina da Carlos Gomes com a Plínio; não demorou muito para aquele ônibus estar tomado de Colorados. Todos quietos, entretanto. Quando chegávamos perto do velho estádio do rival, eis que entra um cidadão fardado até os dentes, enorme, usando algum colete de organizada, coloca o pé na roleta e grita: “Que silêncio é esse aí p…! O Inter é CAMPEÃO DO MUNDO!” Começou a cantar e assim fomos, fazendo festa, até o fim da linha no hospital Mãe de Deus.
Então, torcedor Colorado, nada de silêncio porque o Guerrero talvez não jogue agora. O Inter quer ser tetra! Já temos um time de “guerreros”. Vamos seguir gritando para ajudar o time! Se não dá com Guerrero, vamos sem Guerrero mesmo!
Vamo, vamo Interrr!!!