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Hoje alcançamos a liderança, ainda que provisória enquanto escrevo, com record de público do Beira-Rio, em uma manhã maravilhosa de sol, além da melhor campanha de primeiro turno da era dos pontos corridos, considerando o números de pontos do Inter.

Camilo foi o improvável herói, engavetando uma falta aos 51 minutos do segundo tempo de um jogo encardido. Como diz a letra de uma de nossas músicas, hoje temos que vencer, e isso conseguimos.

O Inter não tem um time que encanta os olhos de torcedores e comentaristas, não há um driblador mágico que enfileira defensores, ou um chutador que acerta sempre o ângulo , ou mesmo um definidor com bom percentual de aproveitamento. Nos faltam meias que marquem e criem com mais qualidade, mas temos um time que fez pontos.

Não sei onde chegaremos no campeonato, livramos 10 pontos do primeiro fora da zona da Libertadores, mas sei que vai ser assim, como hoje, uma batalha atrás da outra, com dificuldades.

Isso não significa que não teremos nossos momentos. Patrick quase fez dois gols plásticos, Nico tem dribles arrasadores, e J Alvez não é puramente tosco, e Guerrero vem aí. Temos a velocidade do Iago e Rossi, Zeca está lesionado ainda, e há uma solidez defensiva, ainda que sem brilho. E temos a incógnita Sarrafiore, e um D’Alessandro em recuperação, junto com WS e Damião. Ou seja, vai ser assim até o fim.

A casamata é ocupada por um neófito na série A, que vem acumulando acertos e um aproveitamento fantástico em casa, com coragem também.

Quanto ao jogo, Odair repetiu o esquema e a forma de jogar, mesmo contra um adversário bem mais fraco, ocupante da lanterna do campeonato. É o que temos para o momento. Até amassamos o Paraná, mas não foi um massacre, mesmo com meia linha. A velocidade pretendida esbarrava nas dificuldades de domínio e numa marcação organizada, além de pouca movimentação de Pottker e Nico. J Alvez não é a melhor parede, e perdeu um gol incrível. O Inter insistia pelo lado esquerdo de Pottker, e Fabiano, receoso da velocidade de Silvinho, deixava um latifúndio do lado direito. Justo seria uma vitória no primeiro tempo, mas futebol nada tem a ver com justiça.

O Paraná tem um bom treinador tático, que observou muito bem a fragilidade ofensiva do Inter a partir da armação de jogadas, e trocou um time de linhas compactas por uma equipe mais espalhada, confiando que repetiríamos o fracasso de ganhos pessoais do primeiro tempo, e estava certo. Além de criar umas poucas jogadas, evitou ser amassado novamente, ficando mais tempo com a bola.

O Inter perdeu poder ofensivo e o domínio total do meio. Achei que Odair errou em passar Edenilson para a lateral e prender mais Patrick, o que corrigiu com Camilo, mas insiste no improdutivo Pottker. Rossi tem se mostrado boa opção, mesmo com mais ímpeto do que técnica, mas deu um gol ao Pottker, que cabeceou como um zagueiro, e sofreu a falta do gol salvador de Camilo.

Aliás, que gol, lembrou aquele do Andrezinho contra o Flamengo, só que raspou a trave antes de entrar. Antes disso, Camilo, na primeira jogada, quase fez, mas preferiu um chute improvável ao passe para trás.

Enfim, como disse um dos frequentadores do blog, foi a legítima goleada de 1×0, temos nossa melhor campanha e temos um time, que venha o segundo turno.

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