Sobre números e balanços
Se as coisas não vão bem dentro de campo nos últimos anos, fora dele não é exceção, se é que é possível ambos não estarem estreitamente ligados.
Em balanço contábil publicado aos 48 do segundo tempo, no apagar das luzes, e sem passar pelo conselho deliberativo, o que se viu não foi apenas um retrocesso na transparência, mas também nos números e nos resultados.
A divida na última década saltou de 200 para 700 milhões, um aumento de 6% comparado com o ano anterior, e a segunda maior do G13, sendo inferior apenas a do Botafogo.
Ao analisar a relação dívida x receita, isto é, o quanto a arrecadação corresponde ao passivo, um expressivo índice de 2.85, isto é, a dívida é quase 3x maior que a arrecadação:
O ano de 2017 teve um deficit de 62,5 milhões e acumulado de 86,3 milhões, e pasmem, mesmo com mais de 200 milhões investidos exclusivamente em futebol, fomos vice da série B e não deixamos um legado ou base para 2018, onde tivemos participações medíocres no estadual, na Copa do Brasil e agora no Brasileirão.
Alguns outros números preocupantes referentes a queda das receitas:
Sobre o brasileirão, uma estatística pertinente:
Basicamente precisamos parir uma bigorna para fazer um gol, com um elenco caro, contratações sem critério e um elenco desbalanceado (faremos um time só de laterais direitos?!)
A verdade é que o clube parou sua forma de gerir e administrar no passado, em uma fórmula de 10 anos atras que se mostra defasada e obsoleta, e sob o risco de aumentar o buraco cada vez mais.
O clube não consegue se reinventar e segue refém das mesmas ideias e da mesma mentalidade de gestão… E o pior, não faltam exemplos em sua história (e na vizinha) dos pilares para a reconstrução do clube:
- Investimento pesado na base
- Política de aproveitamento de atletas formados e identificados com o clube
- Contratação de atletas com perfil de crescimento
- Liderança forte no vestiário
- Austeridade financeira
- Venda de atletas para liquidez financeira e reinvestimento.
- União das forças políticas em prol do clube, em detrimento de interesses e agendas políticas pessoais.
Há uma carência absurda de lideranças ou ideias que possam nos reconduzir aos trilhos.
A situação é preocupante, mas não irreversível. Ainda não ao menos; entretanto o clube vive uma encruzilhada: ou se reinventa, ou volta ao ostracismo.
O balanço completo pode ser visto através do Portal de Transparência do clube.