NADA DE TERRA ARRASADA
Nada de fazer terra arrasada, jogamos bem , poderíamos ter vencido, o resultado não foi justo e a arbitragem, novamente, contribuiu para o resultado. O que fica de bom é que, se jogarmos assim o resto do campeonato, com certeza não cairemos.
Não coloquei entre aspas apenas por provocação, pois, confesso, estou um pouco cansado dessas frases cada vez mais repetidas no Internacional.
Se não fizermos terra arrasada agora, quando faremos? Quando a SWAT for chamada e só sobrar Celso Roth para treinar? Essa lembrança é importante, pois foi quando fizemos a última “terra arrasada”.
Tenho que dizer que não vi os jogos de quinta e domingo. Vi 30 minutos de quinta e os pênaltis, e nem os melhores momentos de domingo, apenas o gol. Por isso não falarei da ou das táticas utilizadas ou desempenho de jogadores, mas apenas da nossa política de futebol.
Também tenho que lembrar que jogar bem e não ganhar significa, necessariamente, não fazer pontos, e quem não faz pontos não se classifica; no máximo indica uma esperança para o próximo jogo e assim sucessivamente.
Começo por quinta, e do pouco que vi, achei que a vitória era certa, já que estávamos recuados e jogando nos contra-ataques com dois jogadores de velocidade considerável. O recuo me preocupava, além da ideia nefasta de que volantes sabem o que fazer com a bola, ainda mais volantes que apenas desarmaram a vida toda. Por mais voluntarioso que Gabriel seja, não tem condições de ocupar a vaga de Edenilson, e falo em tese mesmo, porque nunca apresentou condições para isso. E Edenílson não é nenhum craque, apenas tem uma mínima noção de condução de bola e passe.
A derrota veio e os pênaltis novamente foram sorte, porque não acredito que bater tão mal seja decorrência de treino. São poucos os jogadores que demonstraram pouca técnica durante um jogo e muita na hora da cal, por isso Fabiano bateu daquela forma, e Gabriel também. O pênalti do Nico se superou.
Domingo repetimos a ladainha. É inacreditável que um time tenha contratado 14 ou 12 laterais nos últimos anos (e que fossem 5 anos) e tenha que jogar com um improviso, e um improviso que sabidamente não tem produção ofensiva como volante, muito menos como lateral.
Talvez a ideia não fosse vencer, como certamente foi na quinta. E Camilo em campo apenas reforça essa ideia. De nada adiantou Juan Alano ter crescido quando teve sequencia, ou Richard ter despontado na copinha, a vaga é de quem sabidamente, e reiteradamente, não deu certo na função.
A história se repete com Patrick, que faz seu máximo, mas nunca é o suficiente, e sempre fica a ideia de quando jogaremos com menos volantes e mais jogadores que tratam melhor a bola. Li que Keno foi o jogador mais perigoso do Palmeiras, e certamente Iago sofrerá com isso, mas e quem lhe deveria auxiliar? Se colocar um volante para uma função diferente de marcar e não há resultado ofensivo, pelo menos defensivo, mas se nem isso, não seria a hora de tentar mudar? E Patrick até tem agradado, mas não deveria ser testado em outra função?
Levar gols é do jogo, nosso problema tem sido não fazer, e enquanto acharmos que a deficiência é de nossos atacantes e não de um sistema de jogo que não os favorece, e que na criação de jogadas e previsibilidade do time é que reside o caminho para solução, ficaremos repetindo para não fazer terra arrasada, que quase empatamos, e que fomos novamente prejudicados pela arbitragem, trave, campo, cansaço, bola nova, chuva, calor, frio e excesso de jogos; enfim, tudo que não seja o futebol jogado nas quatro linhas.