Mauro Loch

ROGER, DEIXE DE SER CAGÃO

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(15)

Sim,  nosso treinador foi, no popular, cagão.

O jogo começou com o Inter se defendendo com uma linha de 5 defensores, recuando Fernando para o miolo da zaga, deixando a segunda linha com 3, Tiago Maia, BH e Wesley, em linhas não compactas, com Alan Patrick flutuando no meio, e Valência na frente.

Foi um jogo ruim de ambos, pois os gambás não conseguiam organizar os ataques e o Inter não tinha a bola para organizar jogadas. Era um jogo de defensores em maior número que atacantes dos dois lados, e com rápidas perdas de bola de ambos os lados.

Até que o inteligente holandês começou a ocupar o espaço entre a linha de 5 e a linha de 3, puxando um marcador para o vazio e abrindo um buraco na defesa. O gol sai por ali, contando com o receio de uma chegada mais forte em Yuri Alberto.

Aí a indignação. O Inter resolveu jogar, adiantou Fernando para o meio, compôs duas linhas de 4 e avançou os volantes, e não apenas criamos chances de gol, como viramos o jogo e colocamos os gambás na roda, sem saber o que fazer com a bola. O gol da virada veio em troca de passes com Fernando no bico da área adversária, e T Maia concluindo quase na pequena área.

Aí, com a virada, viramos um time retrancado novamente. Os gambás ainda atordoados, só finalizaram o primeiro tempo.

O segundo tempo foi um desastre na conta de Roger.

Primeiro por voltar com Oscar. É bom jogador, mas já mostrou que, na armação de jogadas, sozinho, não dá conta. E os outros volantes não são jogadores de armação. Isso, com  novo recuo de Fernando, chamou o Corinthians para o campo do Inter, e ainda deixou o time sem nenhum tipo de retenção de bola ou passe longo.

Roger foi noviço ao voltar com BH amarelado. É jogo contra os gambás, precisando de recuperação, estreando o treinador demitido da seleção, e a expulsão era óbvia, na primeira falta que cometesse, ou não cometesse, bastava que parecesse falta. Foi noviço ao tirar  T Maia antes.

Não vou entrar no mérito se falta ou não de BH, é questão de saber onde está jogando, e ambos, BH e Roger não se deram conta disso.

Aí com um a menos, o empate era meio óbvio, e a virada também, mas também teve a ajuda de Roger, que tirou Valência e não colocou Raikonem, optando por tentar a velocidade com quem tinha corrido o campo todo antes.

Não sou contra uma linha de 5, mas é preciso saber que, para jogar com 5 na defesa e ser competitivo, precisa ter no mínimo 4 jogadores, entre os outros 5, que tenham velocidade, e nenhum meia ou volante do Inter tem velocidade, aí a marcação fica óbvia, dois contra um. Não dá pra contar com a velocidade dos laterais, aí o desenho é outro, porque ninguém cobre os avanços dos laterais. E, com Fernando, o polvo, que tem a capacidade de dominar o meio sozinho, não tem justificativa para uma linha de 5; exceto em jogos que cruzam o tempo todo da intermediária ou lançam bolas do goleiro para três atacantes diferentes.

E Roger precisava ter orientado a marcação da bola cruzada além do segundo pau; foram várias bolas nesse lugar, e falhamos em todas, principalmente no cabeceio para o meio da área, que tira o goleiro da jogada.

Claro que a arbitragem ajudou e muito, mas já no primeiro lance da falta do lateral no Bernabei já sabíamos como seria o jogo, e o pênalti absurdo não marcado foi apenas consequência. Como disse Vitão, é sempre 11 contra 12, mas não nos alertamos para isso.

Enfim, foi um show de erros que nos custaram três pontos importantes, mas espero que, novamente, Roger tenha entendido que o Inter, com esses jogadores, não funciona em uma primeira linha de 5 defensores.

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