VENENO

Roger provou do próprio veneno no grenal, igual à semifinal contra o Juventude ano passado.
O Inter entrou achando que iria ganhar naturalmente, e o rival proporcionou um jogo físico, já contando que o árbitro não marcaria faltas no embate corporal, aí veio o amarelo para Alan Patrick, depois de sofrer uma falta clara na frente do árbitro. O mesmo com Bruno Henrique.
Com isso, o Inter perdeu o meio campo, não que o rival soubesse o que fazer com a bola, as jogadas eram sempre uma bola longa para uma arrancada ou cabeceio no meio, ou uma tentativa de armação com Monslave, que resultava nada. O perigo apenas no contato físico pelo nosso lado esquerdo, onde o lateral levava vantagem sobre Wesley e o atacante sobre Bernabei.
O Inter, sem meio operante pela marcação do rival, ficava sem opção, Vitinho esteve perdido o tempo todo, sem acertar nada. Wesley também não conseguia jogar, com a bola ou sem ela. Alan Patrick, mesmo recuando, não tinha opções de jogo.
O gol deles veio em nova jogada de chiripa, bola resvala em jogador, sobra pra atacante, Anthoni faz bela defesa e um chute errado encontra um atacante que erra o chute, bate no goleiro e entra.
O gol acordou o Inter, como em outros jogos, e fomos pra cima, desperdiçando os ataques. Antes disso, em jogada tramada, Valência conclui para ótima defesa de Volpi. Nossas alternativas ficaram em bolas longas para Valência, mas Vitinho e Wesley estavam muito pelas pontas, mais recuados, deixando o equatoriano sozinho contra dois zagueiros.
No segundo tempo Roger ainda insistiu nos mesmos jogadores, mas colocou o time para frente; o rival recuou esperando contra-ataque, e Fernando apareceu como articulador pelo meio. O ingresso de Tabata e Gabriel fez com que o Inter dominasse o meio e o jogo, mas a velha falta de gente na área nos fez pouco produtivos. O pênalti veio de cruzamento invertido e foi claríssimo, tanto que o lateral deles baixa a cabeça vendo a bobagem que fez.
O Inter foi pra cima com o meio dominado, mas com poucas alternativas, e Borré e Ronaldo não surtiram muito efeito, já que os meias também ingressavam pouco na área. Pelo lado esquerdo, Gabriel, Bernabei, Fernando e Alan Patrick causavam alvoroço, mas pouca finalização.
O rival seguia com chutões e bola aérea, e em chegada atrasada do Rogel, a bola esticada alcançou o atacante que cai no contato físico. Aí o árbitro ficou preso no critério, sem marcar nenhuma falta de contato físico durante o jogo, não poderia marcar o pênalti. Além disso, a CBF afastou Marcelo Henriques por ter marcado falta em lance muito similar, de modo que o árbitro seguiu seu critério e o critério usado pela CBF para afastar o árbitro.
É claro que os doze especialistas internacionais viram pênalti, como viram que David Luiz cuidadosamente não chuta a cabeça de Rogel, nem que Fernando levou um golpe de capoeira na área; especialistas pagos pela vontade da CBF farão o que ela quer, e sempre contra os times que pretendem tirar o campeonato das mãos da CBF, pela Liga Forte. É óbvio que não ouviremos isso das afiliadas da Globo, grande parceira da CBF.
Não foi um empate bom, foi contra time do Z4, mas era clássico. Fla, muito superior ao Vasco, empatou, Flu empatou com o Vitória, e Palmeiras, com titulares, só venceu com pênalti desperdiçado pelo Fortaleza. É início de campeonato, e só tivemos um jogo contra time que não está bem, o Cruzeiro. O resto, pedreira fora e pedreira dentro de casa em uma tabela que só tende a melhorar daqui a umas três rodadas. Poderíamos estar melhor, mas não acho que estejamos mal.
Dito isso, Rogel precisa ir para o banco, e se Clayton ou Kaique não servem, precisamos de um zagueiro pela direita para substituir Vitão, já que pelo lado esquerdo, Juninho e Vitor Gabriel dão conta, mas Rogel agora com ritmo e entrosamento, mostrou que não tem o mesmo nível dos demais e a zaga fica muito frágil com ele, tanto na velocidade como na saída de bola, e ter perdido o lance da reclamação do pênalti não é aceitável.
Vejo muita gente reclamando que precisamos de um 8, e concordo, embora ache que BH está indo muito bem, mas lhe falta fôlego. Essa tabela forte no início não permite que Diego Rosa seja colocado ali, o que talvez resolvesse; mas é primordial que Roger compreenda que a armação apenas com Alan Patrick fica fácil de ser marcada, de modo que, sem Carbonero, com Wesley ainda voltando de lesão, e Vitinho sempre perdido, ou Gabriel ou Tabata precisam entrar no time, ou os dois, modificando um pouco a estrutura de jogo atual.