4231
Pela primeira vez Roger armou o time em seu esquema que mais conhece e usa, e foi muito mal.
O 4231 com 3 volantes é sonho dos defensores da Escola da Aldeia. Utilizar volantes como meias, ter um armador e um jogador de velocidade é o modelo idolatrado por aqui, usado pelo Renato e Odair e defendido com unhas e dentes pela imprensa.
Para isso, os volantes precisam ter certas características, e a bola principal é o cruzamento para a área, para o cabeceio.
Coudet trabalhava de forma diferente, os cruzamentos eram por baixo, na linha do pênalti, para a entrada de meias. A bola aérea nunca foi uma jogada forte, exceto com os zagueiros.
Roger usou Tiago Maia pela esquerda, , Rômulo e Bruno Henrique centralizados, Gabriel pela direita e Wesley e Valência trocando de lado e posição, um normalmente mais adiantado que outro, preferencialmente Valência.
Roger tem a velocidade de Bernabei pela esquerda, e Igor até estava construindo as jogadas pela direita. O erro nas peças foi fundamental. Tiago Maia é muito mais destruidor que construtor, não tem um bom passe médio e não tem um bom chute, duas caraterísticas que se encontra em Bruno Henrique.
Isso torna o time fácil de marcar, porque depende de um só jogador para construir, no caso, Gabriel, que vai muito bem, obrigado. Mas não pode ser o único a ter a responsabilidade de criação. E o que vimos foi um festival de bolas longas. O Aflético marcou a saída pelas laterais, e como não temos mais a saída pelo meio, Rômulo ficou meio perdido, e Bruno Henrique sem a bola.
Ainda assim conseguimos equilibrar o jogo e ter boas iniciativas, com Valência puxando a marcação, deixando Wesley no combate individual, onde está muito bem. O gol veio de toque brilhante de Gabriel, quando a marcação presta atenção em Valência do outro lado da área; Wesley faz um movimento rápido se deslocando e conclui muito bem.
O Inter poderia ter ampliado com Gabriel, em jogada de Wesley pela direita, com Valência no segundo pau. Infelizmente, Gabriel desperdiça o chute.
O gol do Aflético vem, novamente, de um passe errado na saída de bola, que pega o time voltado para frente. Bernabei força um passe pelo meio, Rômulo não entende, e o gol sai em desvio de um chute mascado.
No início do segundo tempo, levamos a virada em falha do meio e de Bernabei. Mas falha Roger ao não entender que a jogada do Afletico era apenas nas costas dos laterais. E falhou ao colocar Bruno Gomes ali. Perdemos o meio, perdemos a lateral.
O time melhora com Wanderson, tanto porque marca melhor, é mais rápido e mais construtor que T Maia. Alario entra para jogar como cabeceador na área, e depois Mathias já no desespero. O estudioso Roger repete a fórmula adorada no sul, de empilhar atacantes para fazer chuveirinho na área, e no último lance, cruzamento bem feito, belo cabeceio de Alario e um inteligente Wanderson completa para o empate.
Rogel fez estreia sem nenhum ritmo de jogo, e melhorou muito no segundo tempo. Robert Renan e Rômulo seguem batendo cabeça, e desta vez, Bernabei foi muito mal na defesa. Wesley perdeu gol feito, mas muitas críticas sem sentido para Valência, que construiu uma oportunidade sozinho. A torcida precisa entender que Valência é o cara marcado. Quando Gabriel erra o chute, o desvio vem de um jogador que corre para marcar Valência, que se deslocou para ficar livre.
Roger tem dificuldades para encontrar uma forma de Valência jogar, gosta de um com velocidade e outro fincado na área, mas está interessante a troca de posição entre ele e Wesley, como foi interessante a movimentação com Borré. Mas o retrocesso dos três volantes, escolhendo Bruno Henrique como mais recuado ao lado de Rômulo, preocupa.
Com Tabata, Wanderson e Alan Patrick, mais Borré, Roger terá mais poder de fogo no ataque. Vamos lembrar que Coudet saiu por falta de efetividade no ataque, não por problemas defensivos, e com mais meias e atacantes disponíveis, jogar com 3 volantes para agradar a imprensa, falando em transição e último terço, não trará resultados.