5
(47)

No quesito pessoal recordo de 1999 com deleitamento, afinal, foi o ano que nasceu meu último rebento, já temporão. Um susto danado quando confirmada a gravidez, pois minha senhora já não era mais criança. E eu que nunca fui um sujeito calmo, perdi boa parte do cabelo com a ansiedade e entordilhei a melena que sobrou. Mas deu tudo certo e está aí o rapaz firme e forte. Mais um Colorado pelo mundo. Do outro lado do mundo, em verdade, na terra dos cangurus. Sempre Colorado, ainda que triste neste momento pois sempre foi e segue sendo fã de Coudet.

Lembrei a ele que nada nunca será maior que o Sport Club Internacional. Nem mesmo nossos achismos, teorias e devaneios de torcedores passionais angustiados e desalentados.

No quesito desportivo o ano de 1999 para o Internacional só não me deixou careca de vez pois passei a descontar o desgosto pelo time em motivação para aguentar as madrugadas sem dormir ajudando a cuidar do guri. A verdade que eu já tinha perdido a embocadura daquela aventura toda. Engraçado como a vida se repete, mesmo no futebol, e não nos damos conta: depois de um 1997 em que o time brigou lá em cima e de um 1998 decepcionante, o Inter prometeu no papel um grande time, recheado de jogadores com prestígio e perspectiva: trouxeram o meia João Santos de destaque do Coritiba, o zagueiro Gonçalves que havia jogado a Copa do Mundo meses antes e a cereja do bolo, o Capitão Dunga. Houve até apresentação festiva no Beira Rio, com entrada em campo com pirotecnia e ‘talicoisa’.

Na bola o time de Paulo Autuori foi do nada a lugar nenhum e depois de uma lapada para o time da polenta, na Copa do Brasil, a solução encontrada pelos dirigentes do já finado conhecido como “Império Otomano”, fora contratar o próprio treinador destaque do Juventude, o grande Colorado Walmir Louruz. Importante destacar aqui que Louruz era um grande sujeito, Colorado de verdade, jogou no Inter; contudo, não detinha tamanho e estofo para assumir um vestiário em ebulição como era o Internacional naquele período.

Um vestiário em ebulição como claramente se mostra o vestiário atualmente, por coincidência. E as coincidências não param por aí, pelo visto.

No momento em que eu escrevo o treinador do time da polenta, depois de dar uma lapada (de leve) no Inter na Copa do Brasil está para ser anunciado o novo técnico do Internacional. Nada contra o cidadão, que dizem que era Colorado na infância, mas que fez a vida jogando no nosso maior rival. Só que isso, ao menos pra mim, é o menor dos problemas ou sequer é um problema. O buraco é mais embaixo. O treinador a ser anunciado (ou já foi neste momento), embora pareça ser um estudioso do futebol que sabe falar muito bem sobre a matéria, ganhou muito mais fama pelo que não conquistou na carreira do que propriamente o contrário.

Títulos, nem falo. Falo de comportamento perante os seus comandados, principalmente. Tal qual o querido Louruz, década e meia atrás, em tendo a fama de deter dificuldade em controlar vestiários de cobras criadas, temo que todo o talento que dizem ter Roger Machado no campo tático e teórico possa não valer de nada em um vestiário que sequer o Presidente do Clube parece ter competência para domar.

Terminamos o ano de 1999 numa ingrata luta contra o rebaixamento, na dependência do chutador de porta Emerson Leão na casamata, mas salvos mesmo pelo então já defenestrado Capitão Dunga que de cabeça superou a defesa do Porco e colocou a bola pra dentro da goleira do Beira Rio, na falta cobrada pelo atacante Celso. Psicologia reversa, afinal, a lógica teria sido Dunga batendo a falta e Celso fazendo o gol.

Pois fiz questão de lembrar de algumas coincidências de 25 anos atrás para que, na mesma lógica da psicologia reversa, o resultado então seja outro e que a ideia de repetir o mais do mesmo agora, ao menos, dê certo.

E haja psicologia para nos tratar e manter, Povo Colorado!

 

 CURTAS                                                                              

– Quando eu falei na semana passada em “fazer o simples”, não achei que a direção entenderia isso de maneira tão simplória…;

– De toda a sorte, toda a sorte do mundo a Roger Machado no comando do Internacional;

– De bom (em teoria), a volta do vencedor Paulo Paixão. Talvez venha Abel Braga também;

– Óbvio que estar próximo de vencedores é muito melhor que o contrário. Mas pra mim é cansativo esse círculo vicioso que virou o nosso Inter;

– Sobre o jogo de terça-feira eu não vou me alongar. Mas já deu para notar que a cada nova partida é um jogador diferente falhando e de forma crucial;

– E também um jogador novo que parece que desaprendeu a jogar futebol;

– Andam dizendo por aí, de boca em boca, que a gestão Barcellos acaba junto com o anúncio do novo treinador, eis que está fazendo tudo o que disse que não faria. Estão errados. Acerta meu amigo Cezar: essa direção, passados 3 anos e meio, sequer começou a sua gestão!

 

PERGUNTINHA

Repiso-me: o que fizeram com o Internacional?

 

Repiso-me, uma vez mais: haja psicologia para nos tratar e manter, Povo Colorado!

 

PACHECO

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!