CALDEIRÃO
Talvez não tenha sido o placar que esperávamos, mas também não sei qual placar a comissão técnica gostaria em razão da mudança de adversário dependendo dos gols.
Também não foi um jogo tranquilo como poderia ser, ou como poderia se esperar que fosse.
Mas o fato é que ganhamos e estamos classificados para a repescagem da SulAmericana, jogando contra o Rosário Central na Argentina.
É a terceira vitória seguida depois do retorno com derrota para o Belgrano.
O time começou muito bem, e aos 40 segundos, em bela jogada de Wesley, depois que Renê contou com a sorte, Alan Patrick perdeu gol inimaginável. Até os 20 minutos, o Inter fez pressão com posse de bola e várias jogadas de ataque, mas não marcou. Wesley quase marcou e seguimos desperdiçando oportunidades, principalmente com passes ruins na última bola.
Mesmo depois dos 20 minutos, era quase meia linha, e o Delfin pouco atacava, fazia cera e sentava no resultado. Nossos chutes de média distância eram fracos ou sem direção, e o time insistia em tentar fazer gols da pequena área. Vi pênalti em Aranguiz, mas pouca reclamação, com o time focando em tentar fazer gol, e talvez ressabiado com a anulação daquele gol do Maurício no jogo anterior da SulA.
As variações das jogadas esbarravam em um problema crônico do Inter, pouca gente na área.
O segundo tempo veio com o relógio correndo rápido e o time afoito, nervoso, até o gol de Alario, em jogada bem executada, já que a do primeiro tempo não deu resultado. Embora pouco participativo e talvez pouco alimentado, Alario tem sido decisivo nestes jogos, mesmo errando o pênalti.
A partir do gol, o Delfin buscou jogar, abriu espaços que não aproveitamos e por pouco não faz o gol de empate em falha gritante de Vitão, salvo por bela defesa de Fabrício.
Depois, foi só administrar o resultado, com o time ainda nervoso, cometendo erros primários em passes e cedendo escanteios desnecessários.
A vitória e classificação descarrilhou uma corrente de ódio em parte da imprensa e até torcida, que clamava por uma eliminação vexatória para provar suas teses, adotando o posicionamento de que não basta ganhar os jogos, mas precisa ganhar, golear e jogar com tranquilidade e exibição.
Muito embora não tenhamos goleado, jogado com tranquilidade e exibição, ganhamos o jogo e a classificação, e ainda que a técnica não tenha sido a mais apurada, foram pelo menos três chances claras de gol perdidas por jogadores com técnica indiscutível. Em nenhum momento o time se acomodou e não vimos jogadores dispersos ou não engajados na busca do gol.
Sem dúvidas o que está faltando ao time é a eficiência na conclusão das jogadas, seja na finalização, seja na hora de tomar a melhor decisão entre o chute e o passe, além do problema crônico de pouca gente na área, o que talvez se resolva com o retorno de Borré e Valência, e com a retomada de Wanderson e até mesmo Maurício.
O fato é que a vitória é uma resposta parcial a um caldeirão de insatisfações, que seguirão até a conquista de um título, mas que anda bem exagerado e visível.