4.5
(17)

Não foi um jogo bom, mesmo sem faltar vontade dos jogadores, até porque acho que não temos esse problema.

Não foi o resultado esperado contra o Atlético Goianiense, que veio com a clara ideia de não jogar, armando uma retranca gigante, mas essa será a tônica dos jogos do Inter contra clubes com menor expressão, e é o ônus de ter montado um elenco que chamou atenção de todos.

Especificamente sobre o jogo, o Inter novamente entrou morno, com troca de passes e pouca movimentação dos meias. Wesley ficou muito isolado na esquerda, Maurício pela direita e Bruno Henrique na distribuição do jogo pelo meio, mas sem Renê e Bustos mais avançados. Aí a primeira linha de 5, bem compactada com a segunda de 4, interceptava a maioria das jogadas.

E parece que o Inter não buscou soluções alternativas ao modelo de jogo, como tinha feito contra o Bahia.

O adversário se limitou a rifar a bola quando recuperava, mas o Inter seguia martelando na mesma tecla, e com lentidão.

O maior problema é que quando achou o caminho, não repetiu a jogada. Isso aconteceu quando Maurício se deslocou pela esquerda, criando um número maior de jogadores por um lado, triangulando com Renê e Wesley, com Lucca próximo e Borré dentro da área. Ali era o caminho, mas o Inter usou uma única vez no primeiro tempo.

Outra costumeira alternativa para retrancas é a troca de passes para encurralar o adversário, e usar o chute de média distância pelo meio. Bruno Henrique executou uma única vez a jogada, chutando de longe.

O primeiro tempo acabou modorrento, com o time ambicionando pouco.

E o segundo tempo começou com uma falha absurda de três jogadores do Inter, levando gol a partir de tiro de meta. Inaceitável que três jogadores não cortem um tiro de meta.

Com o gol, o time mudou, e isso me irrita profundamente, pois começaram a jogar com mais velocidade. Maurício passou a infiltrar na área, com Lucca e Wesley puxando a marcação um para cada lado, e os espaços aconteceram novamente, mas não concluímos bem, ficando com Wesley a responsabilidade de cruzar bola em diagonal para o cabeceio fulminante de Borré, que se movimenta o jogo todo.

Era outro caminho, mas novamente usado apenas de um lado.

O ingresso de Alario e Prado mudou o time para melhor, já que Alario ficou mais presente na área e segurava os zagueiros com Borré, e Gustavo Prado combinava jogadas pela direita, inclusive com dribles.

Foi jogo, novamente, de um time só, e novamente o Inter não conseguiu concluir bem, apesar de algumas chances criadas, e novamente não tivemos o chute de média distância. Os números até podem impressionar, como aconteceu contra o Tamayapo, mas a qualidade das finalizações deixou muito a desejar.

Certo que Wesley merecia que seu último lance pelo menos alcançasse a goleira, pois junto com Gustavo Prado foram os únicos a tentar o drible mais incisivo.

Assim, fica claro que o Inter precisa encontrar uma alternativa às retrancas, e não será apenas a troca de passes, e para isso Coudet tem que apresentar solução, já que foi bem contra o Bahia quando quis ganhar, mas ontem não repetiu a alternativa.

Sobe a entrevista depois do jogo, a imprensa toda está caracterizando como colocar a culpa na torcida, e não acho que seja isso, muito embora a torcida esteja ressabiada, o momento é de apoiar  no estádio, deixando as vaias para depois do jogo.

A declaração do Coudet foi inoportuna e agora é momento de a direção agir, controlar os danos e preparar o jogo de quarta-feira. Não adianta jogar em casa com torcida contra e não adianta tentar curar resultados ruins com resultados ruins, muito menos tomar o gauchão como parâmetro.

De bom, Thiago Maia jogou mais para frente, como Bruno Henrique, Maurício errou muito, mas se movimentou por trás das linhas, e Gustavo Prado pede passagem, mesmo apagado contra o Delfin. Wesley está sendo o diferencial do time e Borré já fez o segundo.

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