4.8
(16)

Era uma vitória necessária para apaziguar o ambiente externo e talvez o interno. E jogamos para isso. Quem achou que o Bahia iria jogar aberto, se enganou, repetiu os últimos adversários e veio bem retrancado.

Não foi um bom começo, a escalação no esquema tradicional surtiu pouco efeito, muito em razão das atuações apagadas de Thiago Maia e Bruno Gomes, nitidamente nervosos e com receio de qualquer passe mais vertical. Com dois jogadores que apenas carimbavam a bola em passes laterais ou recuos, o time ficou fácil de marcar, e a produção ofensiva ficava a cargo de jogadas individuais, como a boa jogada de Lucca que serviu Borré em condições de marcar, mas o goleiro fez boa defesa em chute que poderia ter sido mais certeiro.

A primeira saída de jogo trabalhada pelo Inter veio acontecer por volta dos 30 minutos, e que resultou em chute do Bustos, quando, penso, seria mais certo um cruzamento por baixo; mas é bem fácil falar fora do campo.

O Bahia até se apresentou na frente, uma única vez que não foi em bola parada, exigindo boa defesa de Rochet.

Aí veio o intervalo e o Inter quis ganhar o jogo. Coudet fez as trocas certas, tirou os burocráticos Maia e Gomes, adiantou Fernando, colocou Bruno Henrique e Wesley mudando o esquema para o 4141.

Fernando foi dono do meio campo, e Bruno Henrique, apático nos últimos jogos, entrou com vontade e determinação, passando a distribuir o jogo pelo meio, com Wanderson e Wesley abertos pelos lados, ambos com apoio dos laterais, e Maurício mais próximo da área.

Era um jogo de um time só e Wesley entrou muito bem no jogo, atazanando o lado esquerdo da defesa do Bahia, fazendo Ceni colocar Biel para segurar Bustos. O Bahia, em uma escapada com o meio mal posicionado, abriu o placar.

Felizmente o empate veio em seguida, em jogada estranha, com conclusão estranha e falha estranha do goleiro; típico gol para afastar a fase sem gols, chorado e acidental.

O Inter não se contentou com o empate e seguiu encima do Bahia. Coudet comete o erro de desmanchar o 4141 tirando Wesley da direita e o time caiu de produção. Em escanteio bem batido, Fernando, merecidamente, fez o gol da vitória. Coudet corrigiu o erro fazendo entrar Gustavo Prado, e o Bahia tentou o empate abrindo espaços que o Inter não aproveitou, seguindo o jogo com passes laterais, e o Bahia também não se aventurou em marcação mais alta ou com pressão, terminando o jogo com virada e vitória na estreia do Brasileirão.

Vitória necessária pelo clima instaurado no clube depois da eliminação e dois empates. Coudet provavelmente tenha achado um time para jogar sem Alan Patrick e Valência, enquanto se recuperam, e enquanto recupera a confiança dos jogadores, bem ausente nos últimos jogos.

Borré perdeu dois gols, mas se movimenta muito, incomoda a zaga e é bom no posicionamento para cabeceio, melhorou quando se fixou mais perto da área no 4141.

Quem tem aproveitado bem as chances é Gustavo Prado, novamente ingressando muito bem no time. Bruno Henrique, com vontade de jogar também se destacou no jogo, e Wesley até o momento se mostra uma contratação acertada, jogando pelos dois lados, tentando o drible e jogando de forma mais vertical.

Fernando, espero, não deve mais sair da posição de primeiro volante, mesmo atuando bem na zaga, quando jogou no meio dos zagueiros e ficou com a saída de bola, foi mais destaque ainda.

A arbitragem do jogo no primeiro tempo foi lastimável, como tem sido costume, e a bronca que levou no intervalo surtiu efeito, deixando de marcar faltas inexistentes a todo momento, trancando o jogo. Nos demais jogos, a arbitragem foi decisiva para os times de sempre, e será um outro adversário.

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