BOLA PRA FRENTE
Uma semana de luto é suficiente, e como eternizou Nei Lisboa, não adianta chorar o whisky derramado, foi-se o título mais fácil que concorremos este ano.
Agora é bola pra frente, lamber as feridas, entender os erros e procurar não os repetir nas próximas competições.
O diagnóstico do time já tinha sido avaliado antes, por isso vieram Fernando e Thiago Maia, um lateral esquerdo e Borré. São mais opções para montagem do time principalmente para mudar a forma de jogar quando a tradicional não estiver dando certo. Bem claro que a ausência de reforços não é justificativa nenhuma para não ganhar do Juventude, o que fizemos com reservas inclusive.
Mas o Inter precisa olhar para frente, pensar nas outras competições, principalmente no Brasileirão, com a promessa de 38 finais. Sul-Americana e Copa do Brasil é para ir levando até onde não atrapalhar, e, sigo com a mesma opinião, o Brasileirão se ganha nos jogos contra adversários de 6 pontos, aqueles em que temos obrigação de ganhar em casa e fora. Esse colchão de pontos de times mais fracos é que nos levará ao título, e não a troca de pontos com Flamengo, Palmeiras e outros eventuais candidatos.
Empate fora, contra 10 times, não pode ser considerado bom resultado, e isso precisa entrar na cabeça dos jogadores e treinador e toda equipe técnica, pois é nos jogos menores que o Inter precisa entrar com mais força e decisão.
Por óbvio que estes times estarão tão retrancados como o Juventude, e jogando por uma bola, uma escapada, um erro em bola parada contra o Inter. Não teremos enfrentamento aberto, espaços para jogar e jogadores conduzindo bola; o mais provável é o time todo concentrado no campo adversário e um caminhão de jogadores estacionado na frente da área.
O Inter não será o único a enfrentar essa situação, e eventualmente contra times maiores também teremos opção do treinador adversário pela retranca e velocidade na recuperação e bola.
Aí entra um plantel com mais opções, com bola aérea do Alario, finalização de fora da área e avanço dos laterais bem abertos. Jogadores foram contratados com essa finalidade, de mudar a maneira de jogar para enfrentar retrancas, mas, em qualquer das hipóteses, a finalização é o momento de extrema importância, e onde pecamos muito nos jogos contra o Juventude.
Bola pra frente também significa atacar para fazer gols, e talvez essa correção o time precise fazer, com um jogo, em determinado momento, mais vertical e rápido. Hoje o time se reorganiza a todo momento para atacar, partindo de uma formação para movimentar as peças. Isso é treinamento, mas o time precisa ir um pouco além disso, e, quando o adversário proporcionar espaço, tentar um jogo mais vertical e incisivo, considerando que temos atacantes habilidosos no enfrentamento com os zagueiros, e nem toda arbitragem será do Daronco.
Fato é que o gauchão acabou na semana passada para o Inter, e reviver os momentos do campeonato que passou em nada ajudará nos próximos.