SÓ EMPATE
Sem dúvidas o pior jogo do time titular do Inter neste ano.
O time parecia travado, começou os dois tempos desatento e abusou dos erros de passes em todos os setores do time. E mesmo os passes certos saiam mascados, com a bola meio quadrada, além de o domínio de bola ter falhado em várias ocasiões.
Ainda assim, o Inter criou três situações claras de gol, mas não converteu.
Não se pode menosprezar o que fez o Juventude, e é o que farão os times que pretendem jogar contra o Internacional, e é o que Renato fará caso tenhamos grenal nas finais do Gauchão.
Roger abdicou de jogar, centrou o time todo na marcação, tentando bloquear as linhas de passe e avanços com a bola. Wanderson e Alan Patrick com marcação dupla o tempo todo, e os atacantes marcando a saída de bola do Inter, apostando na bola longa pelos lados quando recuperava.
O time demorou um pouco para entender qual o caminho, já que Aranquiz era bem marcado no deslocamento para receber a bola dos zagueiros, até que descobriu a bola média, no cento do campo, para Alan Patrick ou Bruno Henrique, ou mesmo Maurício, já que a saída curta estava marcada e a bola lateral para Wanderson ou Maurício também.
Quando achou o caminho, foram três chances em sequência que poderiam ter definido o jogo, mas isso não se repetiu no segundo tempo.
O Juventude não tinha volume de jogo, e também não conseguia articular ataques. Gilberto escapou em vacilo de Bustos na linha de impedimento, mas Anthoni, dando sequência a boa saída por baixo dos goleiros do Inter, impediu o gol.
No segundo tempo, iniciamos com vacilo de Vitão na bola aérea, que deixou o meia do Juventude na cara do gol, salvo por Anthoni novamente. Vitão esperou a marcação do impedimento.
E a melhor chance do Juventude veio de uma entregada monstruosa de Aranguiz, salva por Mercado, que ainda vacilaria em outro lance dentro da área, em indecisão com o goleiro Anthoni.
No segundo tempo, com a saída de Valência, o Inter perdeu muito do ímpeto no ataque. Alario é jogador de área, finalizador, e não se movimenta como Valência. Com o time em rotação baixa, o Inter não criou chances claras, embora tenha entabulado umas três boas jogadas. Talvez a melhor opção fosse Lucca, que se movimenta mais e abre mais espaços para Alan Patrick.
A falácia de que o Juventude poderia ter ganho simplesmente ignora as chances do Inter.
Mas importante ressaltar porque o time rendeu pouco. Creio eu porque a linha do meio que distribui o jogo esteve muito mal. Aranguiz e Bruno Henrique, mesmo considerando a boa marcação que sofreram, jogaram muito abaixo do que tem apresentado, principalmente se apresentando pouco para o jogo.
O Juventude contribuiu, além da marcação, com repetidas paradas no jogo, com faltas e reclamações que viraram a tônica do campeonato, bem respondida pelo clube em entrevista antes do jogo, mas que virou o mantra deste Gauchão.
A arbitragem até errou pouco, inverteu algumas faltas, não deu um escanteio para o Juventude, mas acertou em lances capitais, e nesses lances o Inter errou. Maurício deveria ter chutado mais forte, Valência poderia ter tentado a cavada, e Alan Patrick deveria ter chutado livre de frente para o gol, e não passado para Valência.
Quem não falhou quando exigido foi Anthoni, que, inclusive, foi soberano na bola aérea, com muito mais segurança nos cruzamentos para a área.
Nesta semana de descanso, o Inter tem que trabalhar mais o lado mental do time, que pareceu nervoso e desligado no início dos dois tempos, e voltar a apresentar a segurança e volume de jogo das outras partidas.