LÍDER
No jogo de ontem, além do time reserva, o “gramado” não é apropriado para um jogo de futebol profissional, e isso ficou muito claro no desempenho de jogadores que não atuaram nesse gramado ainda.
Robert Renan foi, por exemplo, traído pela bola em duas oportunidades, e falhou em tais lances, como não tinha falhado ainda; e Hyoran teve desempenho muito abaixo das outras partidas, o que não significa que tivesse ido bem nos outros jogos.
Olhando imagens mais próximas, é possível ver buracos no gramado sintético perto da marca de saída de jogo, sem contar o acúmulo de calor e o travamento das chuteiras.
O jogo refletiu bem isso, sem toques de bola, sem passes curtos ou jogadas de profundidade, o piso ora retarda a bola (alta), ora acelera (o passe rápido), dificultando o domínio e o tempo de bola para chute ou passe.
Mesmo os jogadores do São José, acostumados a treinar no piso, sofrem com a velocidade da bola.
O jogo se torna um amontoado de bolas longas e passes que visam o cruzamento para a área, já que jogadas de aproximação ficam prejudicadas pela velocidade da bola quando toca no solo. E o Inter não tem tido bom aproveitamento em cruzamentos e bolas longas.
O time veio com duas novidades, Tahuan Lara de lateral e Gustavo Prado de titular, jogando pela direita.
De Pena jogando centralizado na linha de 3 meias, com PH e Lucca na frente. É um time descaracterizado, mas que soube controlar o jogo sem passar sustos exceto em falhas individuais, como a de Robert Renan e no lateral que deu origem à briga dos treinadores.
Tahuan Lara é bom jogador, tem recursos, chute, passe e porte físico, mas precisa querer ser jogador profissional. Fez uma partida séria, mas no primeiro enfeite, no segundo tempo, fez o time correr riscos desnecessários. É um jogador que precisa ser trabalhado na parte emocional, tanto no cuidado do corpo como os momentos para fazer as jogadas.
Ainda fico ressabiado com sua desistência da jogada contra o Cuiabá ano passado, mas é jogador com boa técnica e bom trato da bola, e minha avaliação é que deveria resolver seus problemas em outro clube.
A boa surpresa da noite foi Gustavo Prado, mostrando velocidade que não havia sido acionada no jogo anterior, e uma atuação segura, ainda sem entrosamento. Vi a escalação de Bustos como apoio ao guri.
A atuação foi burocrática, o placar também, decorrente de uma penalidade meio afoita do defensor, e o time criou muito pouco para chamar de chances. Não foi um jogo que merecesse maiores comentários.
De qualquer forma, retomamos a liderança pelo saldo de gols e tudo caminha para que terminemos a fase classificatória assim, mesmo com a proximidade de jogos mais decisivos, com pouco espaço de tempo entre eles.
O time segue precisando de reforços, como lateral esquerdo e volante para ser titular, dado que Rômulo ainda não está pronto. De Pena, o coringa de Coudet, não fez um jogo bom, se recuperou de penalidades perdidas em um risco que não precisávamos correr, e parece ser um jogador respeitado e querido pelo grupo, mas precisa ainda mostrar o futebol do primeiro semestre que veio, até para ser opção.
Com a eliminação da seleção olímpica, Maurício retorna como reforço e sem a possibilidade de sair para as olimpíadas, possibilitando mais formações para Coudet.
Enfim, seguimos na pré-temporada com campeonato em jogo, e cada vez com mais opções de jogadores, mesmo sem as contratações. Gauchão serve pra isso e vejo que estamos aproveitando como não fizemos em anos anteriores.