4.9
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Ao cabo da partida de ontem um misto de sentimentos ancorou na mente de nós Colorados. Primeiro, que poderíamos ter vencido. Segundo, de que o empate, analisando friamente, foi um grande resultado a julgar que – às vistas do resto do país, da imprensa e, pasmem, de uns desajustados da nossa própria torcida – parecemos o ‘patinho feio’ da semifinal da Copa Libertadores da América de 2023.

Ainda assim, todavia, em bem mais que a metade da partida jogamos melhor ou de igual para igual, para o desamparo de muitos alienados por aí. E se o empate, ao final, segue parecendo um desalento, penso que o Patrão lá de cima tem um plano traçado para o Internacional: ora, se não sabemos ganhar sem estar com a faca nos dentes e a corda esticada, outra alternativa não nos resta na próxima semana senão deixar a vida dentro de campo.

Nossos onze homens de confiança que estarão em campo terão de deixar a vida dentro de campo no quatro de outubro. E me parece que estão prontos para fazerem isso.

No ano de 2006 eu não só havia voltado a residir na Capital, meses antes, como retomado aquela minha sempre mística relação com o da Beira Rio. Facilitava eu residir num apartamento ali na Getúlio, pois com uma boa caminhada eu facilmente me encontrava com o Gigante e a volta também me era facilitada. Se é bem verdade que o time na primeira fase se mostrava claudicante, afinal nossa relação com a Libertadores não era de enlace duradouro – senão um mero flerte antigo, o desenrolar da competição mostrou que aquele time, antes de tudo, queria ganhar a competição. Tal qual nosso treinador.

E o exemplo disso é que aquela patacoada no gauchão não nos abalou, tampouco a derrota para o time equatoriano – ainda que com dois meses de aflição dentre um jogo e outro. Nas semifinais, coincidentemente, também empatamos no jogo de ida contra um time que era favorito – senão pela qualidade técnica (embora fosse um bom time) mas por ser o clube cujo então presidente da Conmebol torcia. Tal qual agora, era sim um “todos contra nós” já naquele tempo.

Só que o resultado todos sabemos como foi.

Naquele jogo de volta, num Beira Rio lotado e eu nas sociais do inesquecível velho Beira Rio, todos de pé durante os 90 minutos pois ninguém se arriscava a perder um só lance; aquele time que sabia que queria vencer e como deveria fazer, soube jogar o jogo, aprendeu sobre o pragmatismo que é encarar decisões na Libertadores da América: bateu, bateu, sofreu, bateu… e a bola, enfim, encontrou guarida no corpo quente das redes. Duas vezes, com Alex e Fernandão – num gol de perna esquerda que nunca foi seu forte.

Só que era para ser e quando é para ser todos sabemos que assim o será. E o resultado todos sabemos como foi.

Não me vestirei de insolência ao ponto de querer comparar o antes com o agora. A história de 2006 já está contada e com galhardia. A de agora os atores que aqui estão ainda precisam traçar linhas, ultrapassarem as vírgulas e colocarem um ponto e uma estrela no final. Contudo, como não ganhamos sem a faca nos dentes e a corda esticada, também não temos alcançado a felicidade sem que haja uma mística por trás do Colorado que mais uma vez haverá de ser empurrado por seu povo.

E é por isso que decidi que vou seguir acreditando. Incendiaremos a cidade, faremos eco por toda uma Nação. O palco estará montado para que nossos atores atuais saibam demarcar nessa história de peleias a sua glória. A mística do velho Beira Rio estará presente e não nos abandonará…

Escolhi seguir acreditando. E que um pouco mais ainda Nossa Senhora do Caravaggio rogue por nós e pelo Sport Club Internacional!

Sim, seremos…

 

CURTAS        

– Eduardo Coudet não foi feliz em sua jornada de substituições e de leitura do jogo, mas fatalmente o será na próxima partida. Não duvido do nosso argentino maluco favorito;

– Em linhas gerais jogamos de cabeça erguida e saímos bem mais do que vivos do Maracanã;

– Voltamos a falhar na bola aérea, contudo, e já está na hora disso acabar de vez;

– Renê que já foi elogiado aqui ontem errou bastante, imperdoável. Mas aí participou dos dois gols, no primeiro com assistência, o que só nos mostra que o futebol não perdeu da sua magia de redenção;

– Só que não podemos perder tanto gol. O corpo quente da rede é a sensação que o jogador precisa querer sentir e experimentar, enquanto a torcida merece tanto ganhar;

– Repiso uma vez mais: precisamos agora nos alinhar no campeonato nacional. Vencer a próxima partida de qualquer jeito;

– Para não esquecer: “Uma batalha a mais. E seguimos com a ilusão de ir com tudo. Lembrem constantemente, a ilusão de ir com tudo, de jogar pela gente que amamos… vamos jogar por eles, por nossa gente querida…”Coudet, Chacho.

 

PERGUNTINHA

Segue acreditando comigo, Nação Colorada?

 

Vamos seguir acreditando meu Povo Colorado. É o Inter!

PACHECO

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