VOU SEGUIR ACREDITANDO!
Ao cabo da partida de ontem um misto de sentimentos ancorou na mente de nós Colorados. Primeiro, que poderíamos ter vencido. Segundo, de que o empate, analisando friamente, foi um grande resultado a julgar que – às vistas do resto do país, da imprensa e, pasmem, de uns desajustados da nossa própria torcida – parecemos o ‘patinho feio’ da semifinal da Copa Libertadores da América de 2023.
Ainda assim, todavia, em bem mais que a metade da partida jogamos melhor ou de igual para igual, para o desamparo de muitos alienados por aí. E se o empate, ao final, segue parecendo um desalento, penso que o Patrão lá de cima tem um plano traçado para o Internacional: ora, se não sabemos ganhar sem estar com a faca nos dentes e a corda esticada, outra alternativa não nos resta na próxima semana senão deixar a vida dentro de campo.
Nossos onze homens de confiança que estarão em campo terão de deixar a vida dentro de campo no quatro de outubro. E me parece que estão prontos para fazerem isso.
No ano de 2006 eu não só havia voltado a residir na Capital, meses antes, como retomado aquela minha sempre mística relação com o da Beira Rio. Facilitava eu residir num apartamento ali na Getúlio, pois com uma boa caminhada eu facilmente me encontrava com o Gigante e a volta também me era facilitada. Se é bem verdade que o time na primeira fase se mostrava claudicante, afinal nossa relação com a Libertadores não era de enlace duradouro – senão um mero flerte antigo, o desenrolar da competição mostrou que aquele time, antes de tudo, queria ganhar a competição. Tal qual nosso treinador.
E o exemplo disso é que aquela patacoada no gauchão não nos abalou, tampouco a derrota para o time equatoriano – ainda que com dois meses de aflição dentre um jogo e outro. Nas semifinais, coincidentemente, também empatamos no jogo de ida contra um time que era favorito – senão pela qualidade técnica (embora fosse um bom time) mas por ser o clube cujo então presidente da Conmebol torcia. Tal qual agora, era sim um “todos contra nós” já naquele tempo.
Só que o resultado todos sabemos como foi.
Naquele jogo de volta, num Beira Rio lotado e eu nas sociais do inesquecível velho Beira Rio, todos de pé durante os 90 minutos pois ninguém se arriscava a perder um só lance; aquele time que sabia que queria vencer e como deveria fazer, soube jogar o jogo, aprendeu sobre o pragmatismo que é encarar decisões na Libertadores da América: bateu, bateu, sofreu, bateu… e a bola, enfim, encontrou guarida no corpo quente das redes. Duas vezes, com Alex e Fernandão – num gol de perna esquerda que nunca foi seu forte.
Só que era para ser e quando é para ser todos sabemos que assim o será. E o resultado todos sabemos como foi.
Não me vestirei de insolência ao ponto de querer comparar o antes com o agora. A história de 2006 já está contada e com galhardia. A de agora os atores que aqui estão ainda precisam traçar linhas, ultrapassarem as vírgulas e colocarem um ponto e uma estrela no final. Contudo, como não ganhamos sem a faca nos dentes e a corda esticada, também não temos alcançado a felicidade sem que haja uma mística por trás do Colorado que mais uma vez haverá de ser empurrado por seu povo.
E é por isso que decidi que vou seguir acreditando. Incendiaremos a cidade, faremos eco por toda uma Nação. O palco estará montado para que nossos atores atuais saibam demarcar nessa história de peleias a sua glória. A mística do velho Beira Rio estará presente e não nos abandonará…
Escolhi seguir acreditando. E que um pouco mais ainda Nossa Senhora do Caravaggio rogue por nós e pelo Sport Club Internacional!
Sim, seremos…
CURTAS
– Eduardo Coudet não foi feliz em sua jornada de substituições e de leitura do jogo, mas fatalmente o será na próxima partida. Não duvido do nosso argentino maluco favorito;
– Em linhas gerais jogamos de cabeça erguida e saímos bem mais do que vivos do Maracanã;
– Voltamos a falhar na bola aérea, contudo, e já está na hora disso acabar de vez;
– Renê que já foi elogiado aqui ontem errou bastante, imperdoável. Mas aí participou dos dois gols, no primeiro com assistência, o que só nos mostra que o futebol não perdeu da sua magia de redenção;
– Só que não podemos perder tanto gol. O corpo quente da rede é a sensação que o jogador precisa querer sentir e experimentar, enquanto a torcida merece tanto ganhar;
– Repiso uma vez mais: precisamos agora nos alinhar no campeonato nacional. Vencer a próxima partida de qualquer jeito;
– Para não esquecer: “Uma batalha a mais. E seguimos com a ilusão de ir com tudo. Lembrem constantemente, a ilusão de ir com tudo, de jogar pela gente que amamos… vamos jogar por eles, por nossa gente querida…” – Coudet, Chacho.
PERGUNTINHA
Segue acreditando comigo, Nação Colorada?
Vamos seguir acreditando meu Povo Colorado. É o Inter!
PACHECO