MARASMO
Depois de um bom jogo na quarta, principalmente um segundo tempo em que buscamos o resultado virando o jogo e deixamos o time do Dorival sem saber o que estava acontecendo, tivemos folga no final de semana.
Aproveitei para ver alguns jogos dos adversários e passo minhas impressões.
O Vasco venceu o Fluminense sem jogar muito, mas jogando muito mais do que apresentou no primeiro turno, não só pelos reforços, mas é um time organizado agora, ainda com falhas. O Fluminense foi decepção, talvez pela lesão do Arias, talvez pela semifinal da libertadores se aproximando, mas foi um jogo bem abaixo do que costumam fazer, sem criatividade, rodando a bola sem nenhum objetivo, e falhando muito na defesa, inclusive jogadores consagrados pela mídia. Mas o Alexsander é muito bom jogador.
Palmeiras e Goiás também foi outra decepção, com o Palmeiras apresentando um futebol pobre, fundado apenas em cruzamentos para a área. Encontrou um Goiás bem organizado que marcou bem e levou um gol de bola espirrada dentro da área. Mesmo com Veiga em campo, que faz muita diferença, o Palmeiras não foi criativo e não teve alternativas senão os cruzamentos pelo lado esquerdo e o melhor cabeceador do campeonato, Gustavo Gomez, transformado em atacante para bolas aéreas.
Botafogo e Galo fizeram o jogo mais pobre do final de semana, entre os que se esperava alguma coisa. Fora de casa, o Fogão não fez nada que justificasse sua posição na tabela, errando muito do meio para frente, abusando de jogadas individuais que não davam certo. Aquele time que trocava passes em velocidade do segundo tempo conta o Inter simplesmente não apareceu para jogar, e o Galo também vive de jogadas individuais, mas sem apresentar nenhuma evolução tática.
Ressaiu no jogo o erro da arbitragem, anulando gol de Diego Costa por razões inexplicáveis. No cruzamento, ele está impedido, mas mostra, claramente, que não queria participar da jogada, e o zagueiro tinha todo o domínio do lance, espanando a bola de forma equivocada, aí para um jogador já não mais em posição de impedimento. Pior é ouvir montes de analistas dizendo que o gol foi bem anulado, um deles dizendo que Diego Costa fez uma finta para parecer não participar do primeiro lance. Os argumentos para justificar o erro grave da arbitragem estão cada vez mais criativos, e depois reclamam que a arbitragem é ruim.
Na final da copa do Brasil novamente uma pobreza tática dupla, injustificável para uma final com dois jogos.
O Fla entrou com três atacantes, recuou Gabriel para uma função que não sabe fazer, e deixou Bruno Henrique isolado, exatamente na posição em que o SP é mais fraco, com Raphinha na lateral. Dorival entendeu a bobagem que fez no Beira-Rio e não repetiu. Querer jogar com três atacantes é muito diferente de saber jogar com três atacantes, e técnicos brasileiros tem essa dificuldade, já que ninguém entendia como Telê fazia.
É o segundo jogo que Sampaoli copia Coudet. Contra o Botafogo, armou a linha de 5 que Coudet fez quando o Botafogo tomou conta do jogo, bloqueando os lados do campo, e ontem tentou fazer marcação por pressão na saída de bola do São Paulo.
Também são poucos os treinadores que sabem fazer marcação por pressão na saída de bola. Sampaoli já tinha feito isso contra o Flu, e errado muito, mas os jogadores do Fla faziam falta toda vez o Flu escapava, contando com o beneplácito da arbitragem ruim dos brasileiros.
Ontem sequer conseguiu ensaiar uma pressão, adiantando o time, mas desorganizado, e o SP não tinha muitas dificuldades de sair da pseudo pressão, a falta de ímpeto do SP também fez com que o Fla nem precisasse fazer faltas.
Contra o Flu, no mata-mata, Sampaoli aprendeu, e dominou no segundo jogo.
Faltou um pouco de coragem para Dorival liquidar o jogo, deixando Calleri esgotado em campo. Ainda assim, não fosse outro erro grave da arbitragem, dessa vez do bandeirinha, marcando falta inexistente de Calleri, talvez o placar fosse mais elástico.
Enfim, depois da parada FIFA os times voltaram sem inovações, sem ímpeto, e tirando o Vasco, sem muita vontade de jogar bola, proporcionando jogos chatos e modorrentos.