INGRATIDÃO
Primeiramente, é preciso dizer aqui que time e, principalmente, essa direção amadora do Sport Club Internacional fazem força para não merecer a torcida que tem. O que eu vi no Gigante foi a maior e melhor torcida do Rio Grande e só ela é que merece meus rasgados elogios.
Quanto ao Inter que vem cambaleante há uma década, se vê apequenado por pessoas que nos conduzem e não tem o tamanho do Internacional. Não sabem o tamanho do Colorado. Desconhecem o tamanho da nossa torcida e o valor que ela tem.
Sobre o jogo, bem, não tenho o talento dos Colegas deste espaço para fazer resenha. Sempre tive muita dificuldade em ver um jogo do Colorado com olhar técnico, eis que a paixão, angústia, euforia ou desalento nunca deixaram de me acompanhar. Penso, ademais, já estar um pouco velho demais para, a esta altura do campeonato da vida conseguir domar meu coração louco. Fosse certo (o coração) já tinha abandonado esse Clube ingrato.
Nada mais que a ingratidão para definir o que fizeram com nós torcedores quer na noite de ontem ou mesmo nos últimos tempos.
De começo arrasador, o time conseguiu ser reflexo de um Beira Rio pulsante. Vieram os gols ao natural e tudo, obviamente, parecia fácil demais. Com o segundo tempo, de fato, o time pareceu que ia morrendo e nem mesmo o grito do torcedor era capaz de regatar o fôlego. Ainda assim a bola para matar o jogo foi nossa, naquilo que seria um quatro a zero na forma de prego no caixão. Não soubemos usar do martelo e, depois, nos pênaltis, mostramos mais uma vez que é fracasso histórico retumbante cada vez que precisamos desse artifício para chegar a algum lugar.
Quando tinha oito anos meu filho mais velho ganhou a sua única festinha de aniversário. Não porque éramos pais insensíveis ou miseráveis a tanto, mas por sua própria escolha e decisão. Foi único pois o episódio lhe trouxe uma felicidade triste. Ocorre que, chegada a tão sonhada festa, dos seus coleguinhas de escola somente dois efetivamente compareceram. Um por ser seu primo ainda constou capenga na estatística. O outro não à toa é um dos seus grandes amigos até hoje. Ambos são, aliás.
Pois pude experimentar a experiência desalentadora do meu filho, ontem. Uma noite de festa, tão esperada, em que vencemos, mas não levamos. Uma encruzilhada na vida de torcedor de uma vitória que nos trouxe uma felicidade triste, a popular frustração.
Se de bom, na oportunidade, meu guri entendeu com quem na vida poderia contar, a instituição Sport Club Internacional, divorciada de aventureiros que passaram e passam por seu quadro diretivo, também: a torcida.
A torcida que tanto tratam com ingratidão!
É a torcida Colorada sua melhor e única amiga. Só ela que sorri realmente nas vitórias e chora de dor nas derrotas. Só ela é de fé, apesar de como é tratada e maltratada. E que bom que nela ainda se pode confiar. Somente ela é que irá fazer sobreviver este Clube de ingratos. E de perdedores.
Eles é claro, não nós os torcedores de fé.
CURTAS
– Mano Menezes outrora tido como senhor de mata-mata só mostra por aqui porque sua carreira já havia chegado ao fim antes mesmo do Colorado;
– Pênalti anulado naqueles termos é demais até pra mim comentar. Não tinha visto outra coisa igual, ainda;
– Hipócrita que se chama quem aponta o dedo pra terceiros só pelo discurso de defesa do trabalho pífio do treinador que é tão culpado quanto por mais um vexame;
– Era início do segundo tempo e estávamos tomando pressão não por falta de perna, mas pelo acadalemento implementado e enraizado no currículo do treinador;
– Pênalti não é loteria coisa alguma. Quem perde é porque é incompetente mesmo;
– Renê, jogador experiente que é, não podia ter perdido um gol feito como aquele. Foi pelo seu setor que nasceu o gol adversário, também;
– Como é bom ser jogador do Internacional, ser recheado de mimos e regalias e não precisar dar a cara à tapa ao final de vexames. Os protegidos da incompetência;
– Parabéns à direção que achou que podia sobreviver metade de um ano contratando um bando de amador;
– Como se não bastasse o que já é (amador) na condução do Clube;
– Parabéns à direção que toma decisões (ou deixa de fazer) tão somente por temer críticas da imprensa;
– Perdoem-me os que não merecem esta pecha, mas a incompetência restou latente quando terceirizaram o departamento de futebol para um profissional cuja carreira terminou, a rigor, há cinco anos;
– Restam seis meses deste desastre de gestão capitaneada por Alessandro Barcellos. Incompetente, hipócrita e arrogante. Por isso me repiso: que Deus tenha piedade do Inter e de nós torcedores.
PERGUNTINHA
O que nos resta, Colorado?
Feliz do Internacional que tem em ti, Povo Colorado, alguém que lhe ama e jamais haverá de abandonar.
PACHECO