A coisa mais importante de 2023
Muito têm-se falado sobre a ausência de contratações do Internacional no início deste ano, até pelo menos antes do Gauchão iniciar.
Eu considero esta pauta importante e concordo com os colegas que reforçam a necessidade de trazermos ao menos três jogadores: um primeiro volante, um segundo volante, e um centroavante. Nenhuma das três contratações precisa “lotar aeroporto”, basta que sejam jogadores de nível satisfatório para termos a quantidade suficiente de atletas para jogarmos os torneios simultâneos deste ano.
Agora, com a devida vênia dos leitores, gostaria de voltar as atenções para aquele que pra mim é o aspecto mais importante do futebol hoje, e um ponto vital para a sustentabilidade do Internacional: o público no estádio, e consequentemente, o público em geral.
Com todas as discussões recentes sobre privatização dos clubes, transformação em SAF, as parcerias com empresas, e claro, o ponto fora da curva que é o Flamengo, que não precisa de nada disso porque ganha três vezes mais que os outros, vejo cada vez mais pessoas dizendo que “não há saída” e que o Internacional terá que eventualmente estudar a venda da sua SAF para ser competitivo.
Percebam que a janela de contratações que o Inter está fazendo e o fato de virar SAF ou não tem a ver com a minha preocupação, porque cada vez mais fica evidente que a média de público nos estádios é o indicador chave de que o clube é popular, e é a popularidade dele que determina os recursos repassados pela televisão. E é daí que surge a necessidade do clube captar novos recursos como SAF ou não, e se vai ser competitivo ou não.
Ano passado a média de público do Inter foi relativamente baixa, ficou entre as 10 do Brasil, mas perdendo para clubes como Fluminense e Ceará (tendo um salto grande entre nós e eles). Como meta, eu considero que o Internacional deveria tentar se manter entre os cinco clubes com maior média de público no país, nem que para isso tivesse que rifar ingressos.
A diretoria do clube elencou prioridades e as vem cumprindo. Eles renovaram o elenco, trouxeram sustentabilidade financeira, reorganizaram algumas coisas nas categorias de base, marketing, e etc. Percebo este esforço e acho louvável. Mas não acho adequado o clube não demonstrar a sua grandeza em termos de torcedores, em termos de estádio. E acho que a diretoria não se esforça neste sentido, porque ano passado os ingressos para não-sócios estavam fixados em incríveis 100,00 reais, preço que dificilmente alguém vai pagar para assistir um jogo de futebol numa quinta-feira de noite.
E isso me traz a segunda parte deste ponto: a média de público e a atração que o clube gera mudam sua escala de jogos na televisão, que por sua vez atrai mais público também, em um ciclo virtuoso. Se nos mantivermos com públicos baixos, jogaremos nos piores horários, com um público menor, e faremos uma campanha pior, e assim sucessivamente.
O Beira-Rio lotar é minha prioridade este ano, e farei minha parte comparecendo e levando o máximo de amigos que eu puder. Mas não posso tirar a razão de quem não quer ir porque acha muito caro. O estádio parece um entretenimento distante de ser popular de novo, pelo menos nos jogos do Inter.
Além de estar no estádio, pretendo monitorar esta questão num geral, e trazer aqui no blog, e cobrar da diretoria como for possível. Caso esta questão se mantenha negligenciada, acho bem plausível a preocupação de que o Internacional vai perder a competitividade para outros clubes de nível inferior e que vai ficar cada vez mais afastado dos grandes e ricos.
Dia 21, estaremos no Gigante! Nos vemos lá!