FIM DE FESTA
Em determinado momento da minha relação com a repartição, aquele vai e vem já não tinha mais graça. Era chegada a hora de “fincar garrão no toco” e deixar de ser “reserva” e virar titular; eu estava há anos pra lá e pra cá, afinal. Resolvi, então, me candidatar para aquela vaga que estava para abrir no Vale dos Sinos. Seria o mais perto de casa que estaria em anos, economia e um pouco de paz.
Como não era eu o ‘funcionário modelo’, aquele que abaixava a cabeça e deixava barato eventual asneira surgida na cabeça de um mandalete qualquer, minha vaga foi dada pra outro.
E eu? Bom, cheguei à conclusão que já havia estado ali tempo demais para simplesmente aceitar aquilo e baixar a cabeça. Pedi as contas, apaguei a luz e fechei a porta. E não mais olhei pra trás. Tenho um imenso orgulho de mim mesmo por aquela atitude tomada, ainda que há tantos e tantos anos.
Fiquei com a impressão que o time do Internacional está no mesmo ritmo de fim de festa que eu estava naquele momento. A rigor, ciente que merecia mais, só que o “sobrenatural de almeida” (ou nem tanto) se mostra(va) insuperável.
É jeito doido pensar que o campeão brasileiro de 2022 perderia pontos para algum time qualquer. O Palmeiras tem mentalidade de campeão, algo que tem nos faltado algum tempo. Nós, sim, perdemos pontos infantis e com isso ficamos pelo caminho mais uma vez. Eles não.
Mas, e tem muitos deles espalhados por aí, preciso admitir que a capacidade mental do time de Mano Menezes é bem maior do que eu esperava. Viemos mostrando pouco futebol nas primeiras etapas dos últimos jogos, porém, nossos heróis do campo tem conseguido reorganizar o tico e o teco no intervalo e voltam para o segundo tempo parecendo mais com um time de futebol.
Por vezes, como ontem, ainda dá tempo de ganhar uma partida, noutras acabamos no empate – fazer o que, porém não é de se jogar fora a realidade de que não perdemos há treze jogos e, ao que consta, parece um recorde na era dos pontos corridos.
Se é bem verdade que na minha última estada aqui eu ainda tentava transpirar uma palavra de otimismo, o certo é que pensar em título já era utopia cerca de meia dúzia de rodadas atrás. E faltando agora não mais que quatro partidas, nos resta colher os bons frutos que rendeu a bergamoteira, para já começar tomando um suco gelado desde o início da próxima temporada.
Creio que o time desta vez não poderá se amargurar com a falta do título, tampouco eu pude fazê-lo quando deixei a repartição. Ficará agora um gosto de “quero mais”, tal qual ficou pra mim naquele tempo. Admite-se, ao bem da verdade.
A diferença que foi pra mim no passado é o que poderá ser também para o time Colorado agora: basta fazer da próxima festa algo bem mais divertido!
CURTAS
– No meu tempo o que chamam hoje de virose, e que acometeu 3 jogadores, chamávamos de andaço. Nunca entendi o termo, apesar de que só tem um caminho a se andar quando pega tal moléstia;
– E pensar que o Keiller no início da temporada não tinha mais que dois jogos pelo nosso profissional…;
– As vezes no futebol difícil é fazer o simples: bastou Mano Menezes colocar um jogador da função na lateral direita e, pasmem, deu certo;
– Edenilson conseguiu ontem o gol validado que não teve êxito em 2020. O bastante, já, para uma nova renovação de contrato;
– O jovem Mosquito tem talento para a bola. Mas no tocante ao corte de cabelo é um desastre;
– Foi um infortúnio aquele pênalti cometido pelo garoto, mas não dá para arquivar um jogador por si só;
– Me ajuda a te ajudar Romero. Por via das dúvidas, peçam para o pessoal do xis do Gelson devolver o Mikael;
– Carlos de Pena me lembra um pouco Sandoval na bola e muito na importância para o time. Renê tá sobrando;
– Wanderson não jogou bem e a ideia de tê-lo junto com PH não funcionou. Mas, convenhamos, naquele esquema “era o que tinha pra colocar em campo”, nada pode ser definitivo;
– Atención chicas de la liberta: volvemos novamente!
PERGUNTINHA
Há quanto tempo não ganhávamos de virada?
Mais uma vez pela próxima temporada, Nação Colorada!
PACHECO