4.7
(14)

O time encorpou. Pela primeira vez, em mais de um tempo, o Inter jogou melhor como time propositivo do que como time reativo.

Mal deu pra se ajeitar no sofá, Alemão fazia 1×0. Nada de disposição tática, foi em um bate-rebate, Maurício dá um toque tirando o defensor da jogada, e Alemão dribla Gil e manda para as redes.  O Inter começava em cima.

Depois do gol, o time passou a querer resolver o jogo em contra-ataques rápidos. Cada vez que retomava a bola, tentava uma jogada milagrosa para liquidar, mas o Corinthians teve boa recuperação defensiva em todas as oportunidades, e a pressa do Inter se transformou em desorganização. Cedemos escanteio, De Pena marcou Gil (erro de posicionamento) e na bola atravessada na área, Balbunea concluiu.

O Inter seguia perdido, com a bola queimando nos pés, cada um tentando uma solução rápida, sem conjunto, e o gol do Corinthians era questão de tempo, vindo em falha de Daniel, depois de bate rebate na área.

O gol parece que serenou o Inter, e a partir dele, passou a dominar o jogo, com a bola nos pés e troca de passes, jogando o Corinthians para seu campo. Agora, cada jogada de insucesso no ataque era seguida de retomada da bola e nova jogada. O Inter pressionava.

Em marcação alta, Johnny retoma, passa para Maurício e vai na trave, no rebote, Wanderson serve De Pena, que chuta mal. Era o Inter em sua melhor chance no domínio do jogo. A exposição defensiva era opção, e quase levamos o terceiro, no vacilo de Vitão, salvo pela displicência de Roger Guedes e velocidade de Bustos. Mas o Inter era o senhor do jogo.

No segundo tempo, entra Alan Patrick e sai De Pena, amarelado, depois de enquadrar o vacilante árbitro, que tinha amarelado Mercado em lance que tocou apenas na bola, e deixado de expulsar Fagner pela tesoura assassina em Wanderson.

O Corinthians novamente foi encurralado. Gabriel e Johnny deram conta da marcação, com muita vitalidade, e Alan Patrick acrescentou qualidade, mesmo perdendo quase todas as disputas individuais pela bola. Com ela, é de outro patamar. Maurício aberto pela direita preocupava Fábio Santos e tirava a jogada do primeiro tempo, Wanderson aliviava qualquer marcação alta dos gambás, e o gol veio ao natural, um golaço.

A melhor parte do jogo foi que o Inter não arrefeceu, não ficou satisfeito com o empate. Nem Mano, que mandou PH e Edenílson, depois substituiu um cansado Alemão, e só tirou o outro ponta aos 43 do segundo tempo.

Neste quadro, o Inter deixou de ganhar o jogo, encurralou o Corinthians em sua própria casa, calou a torcida e mostrou maturidade para jogo propositivo. E mais, mostrou que é possível sim, em determinadas circunstâncias, jogar com três atacantes e um meia ofensivo.

Daniel falhou, duas vezes no mesmo lance, não apenas reconheceu a falha como assumiu, e disse o que venho dizendo, que goleiro precisa de experiência em campo, não em treinos. Mesmo com a campanha aberta pela saída dele, eu o manteria. Tirando Weverton, não temos goleiros que não falhem no Brasil, e lembro como Alisson era tido como goleiro comum por aqui. Santos, de quem se fala tanto, falhou bisonhamente contra o Velez, e se fosse Daniel, teriam dito que era braço de jacaré no gol do Ceará.

Daí a creditar o empate na conta dele é muito injusto. Tem que dividir a culpa com Alemão, que não passou para Bustos na melhor chance do segundo tempo, ou com Wanderson que errou um chute da marca do pênalti, ou mesmo De Pena, que não colocou no gol a bola do Wanderson.

Um lance não passou despercebido, e não deve passar. Em contra-ataque gambá, Matheus Vital recebe no meio, e recebe a marcação de Edenílson, se é que se pode chamar de marcação, quase pedindo licença para chegar perto e não tocar no jogador ou na bola, sem nenhuma intensidade, vontade ou entrega. Ed não quer jogar. O time é outra intensidade com Johnny e Maurício, e tomara que Mano veja isso.

Mas a nota de Jonnhy foi menor que do Edenílson. Aliás, Pedro Desonesto criticou Daniel e Wanderson, bom motivo para manter os dois no time.

p.s.: Uma nota importante é o quinto gauchão consecutivo da base. Esperamos bons frutos nos próximos anos.

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