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A máxima de que “recordar é viver” pode até ser muito bonito para romantizar a nostalgia ou conferir paixão ao saudosismo, mas, a bem da verdade é que pra quem fica velho muitas vezes parece mesmo é com uma prisão, ainda que de fato eu não conheça uma literalmente. No campo abstrato da coisa, contudo, passamos a enxergar pouco o futuro e, com isso, nos abraçamos no passado tentando ver alguma semelhança com o presente. E assim tal como a sopa que não é janta, mas engana, é que o velho vai desenhando algo que pode até parecer com o amanhã, mas de fato não o é.

No futebol quase sempre a história é escrita uma vez só. Personagens acabam se criando em torno de conquistas, alcançam o ápice máximo das suas funções no futebol e seguem vivendo de mística até passaram de heróis a vilões. Na história recente do Internacional temos inúmeros exemplos assim, alguns nomes até mesmo impronunciáveis por aqui, e outros nem tanto. Dirigentes, jogadores, treinadores.

Repete-se à exaustão o modelo, após a glória, meramente na tentativa e erro. Ao ponto de alguns que deveriam entrar pela porta da frente a cada visita ao Gigante, acabam não sendo mais ninguém após terem deixado o velho Gigante pela porta dos fundos.

O caso de hoje, sem muito causo, ainda é mais desalentador. Vemos na figura de certas pessoas no time e no Clube a ideia de “intocáveis” sem sequer terem alcançado à dita glória. Óbvio que vos falo de Edenilson e falaria de Rodrigo Dourado. O segundo ainda ganhou mísero gauchão, lá nos idos de dois mil e antigamente, mas o primeiro, com pose e salário de craque, sequer isso. O segundo, enfim, saiu. O primeiro, todavia, segue lá, intocável.

Contudo, tem mais gente que pode entrar nesta lista. Se Moisés não possui a bagagem derrotista da infortuna mística recente do Colorado, compensa com a falta de capacidade cognitiva e técnica para vestir a camisa alvirrubra. Enfim.

Os que ousam (e ousaram) contestar ou tirar do time pouco ou nada duram (ou duraram). Ainda vemos na dita imprensa imparcial defensores e apontadores de dedo quando alguém ousa contestar suas presenças no time. Como estou velho já não tenho medo de afirmar: ou ignorantes ou portadores da má fé. Aliás, sigo mais longe e vos digo que provavelmente ambas as coisas.

Aqueles que ainda detém um pouco de condição emocional para assistir os jogos e ver jogadores de arrasto em campo, sacrificando os melhores e que querem desempenhar, pois vocês detém minha mais profunda admiração e piedade. Ou é coisa de louco ou de muito abnegado. Ao menos para aqueles que passaram frio à toa às margens do Guaíba eu não tenho dúvida.

Só que a coisa vai muito além, diz respeito ao futuro de um velho que tem algo a temer pela frente. Falo-lhes do Sport Club Internacional, evidentemente. De tudo que foi tentado para acomodar as laranjas podres no cesto, nada surge diferente que um suco ruim e sem gosto.

Logo, ao fim e ao cabo da história do bom e do podre no cesto, o que muito se confunde com um time de futebol e um vestiário, nada mais nos resta senão admitir, ser prático, objetivo e definitivo:

Ou é o Internacional ou logo não será mais nada.

Ou é nós ou é eles.

 

CURTAS                                                                              

– O time Colorado perdeu com uma dose generosa de indolência e conformismo e sequer parece conhecer o que significa ambição. É muito garnisé querendo cantar em terreiro que só deveria ter galo puro;

– Tudo começa (e termina) com quem manda: essa diretoria que está aquém ao tamanho da instituição que pensa comandar. E eu, só mais um velho iludido que mais uma vez caí na conversa de novo clube, novas ideias e novos rumos;

– Wanderson quarenta dias fora. Nada não estava tão ruim que não pudesse piorar;

– Falei da rima entre Muriel e Daniel. Cabe o João Gabriel também. E uma sina que está insistindo em se repetir;

– Na peleia entre a razão e o coração com a ida de Bruno Mendez não há vencedores;

– Diariamente notícias sem sentido rondam o Internacional. Mas essa da renovação do Heitor parece superar todas as (baixas) expectativas;

– Lado bom dessa derrota de merda, se é que posso dizer assim, é que caímos novamente na real. Chega de ilusão!

 

PERGUNTINHA

Edenilson é o rei do esconde-esconde?

 

O que resta ao Inter é só tu Povo Colorado!

PACHECO

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