PONTO GANHO
Vou contabilizar como ponto ganho, pois a partida do Inter foi horrível do começo ao fim, talvez com uns 10 minutos de jogo razoável.
Mano detonou meio time ao colocar Wanderson pela direita, para ser abastecido por Edenílson(??), e David flutuando pelo campo, longe de Alemão, recuando Pena e matando o lado esquerdo do time. Foi um erro grave, mas é outro treinador que monta o time em função de Edenílson.
Não se trata de fase ruim do nosso capitão sem títulos, mas do futebol que apresenta e sempre apresentou, e vai continuar a apresentar até ser negociado, espero, o quanto antes. Edenílson acumula erros em lances decisivos, na área adversária, que poderiam definir os jogos, mas, como é limitado, não define. Aquele cabeceio ridículo, atrasando para o goleiro é só mais um de seus desperdícios, e nem falo no posicionamento defensivo, já que, nitidamente, não quer marcar e não marca.
Claro que não foi apenas Edenílson que fez o time jogar mal, Alemão errou tudo o que fez, até o bom cruzamento na cabeça de Edenílson fica apagado pelas inúmeras tentativas de jogadas individuais quando o passe simples era o melhor caminho. Mesmo com Mano o orientando, a ansiedade de resolver tudo sozinho o prejudicou e prejudicou o Inter, que precisa buscar uma nova alternativa, mesmo que dentro do grupo.
O primeiro tempo terminou empatado pelos erros dos atacantes do Juventude, que erraram os chutes sozinhos em frente ao gol. Foi a pior partida defensiva do Mano, e muito se deve ao ingresso de Dourado na frente da zaga, que passa a sensação de o Inter sempre estar com um a menos na marcação.
Após o erro na montagem do time, no intervalo Mano tentou corrigir, saindo Alemão. Foi beneficiado pela falta cobrada por Pena, que, felizmente, desbancou Edenilson da bola parada, criando mais perigo nas cobranças. Vitão entrou seguro na área e mandou para as redes.
Aí voltamos à época de Odair, recuando sem nenhuma organização quando recuperava a bola, sem nenhuma articulação para atacar. Pedro Henrique, que entrou muito bem novamente, desperdiçou a melhor chance em contra-ataque.
Mas o time seguia descoordenado. Não é de agora, contra o Avaí e contra o Guairena também Mano deixou a organização do meio com Gabriel, adiantando os meias, segurando os laterais. Pelo menos, nas duas últimas partidas, Maurício estava em campo, e organizava algumas jogadas, mesmo mal posicionado por Mano.
Aliás, o que de melhor havia com Medina no meio era a troca constante de posição entre os três, principalmente com Taison, David e Maurício. Mano fixa os jogadores nos lados dos campos, e essa troca de posição não existe, exceto quando determina que troquem de lado, mas isso não acontece naturalmente como ocorria com Medina.
A distribuição de jogo era encargo do segundo volante, Liziero, e os laterais eram mais liberados, o time tinha mais volume de jogo e mais posse, embora não finalizasse a contento.
Ontem o Inter não teve volume, posse ou finalizações. Sem Maurício, ninguém chutou e o goleiro do Juventude não trabalhou.
Nesse ponto, Daniel fez duas grandes defesas, mas, insisto, porque não é apenas o goleiro, mas a forma de posicionar a defesa em lances como esse, a bola alçada na área, da distância que foi, é do goleiro, sempre.
A questão de colocar Dourado no lugar de Gabriel travou a distribuição do jogo. Nem Edenilson consegue ajudar, e o time fica lento e previsível. Dourado tem dificuldades imensas em colocar a bola pra frente, até por sua lentidão e dificuldade na recuperação. A constante foi ver Dourado ser ultrapassado pelo meio deles, que ficavam em combate direto com os defensores. Eduardo Batista, que não é bobo, explorou a ausência de Edenilson na marcação, e sempre teve vantagem numérica pela direita do Inter.
O 4141 de Mano, montado para deixar Edenilson atacar não funcionou nenhuma vez, e deve ser desmanchado com Alan Patrick à disposição. É o jogador que pode fazer a distribuição do jogo e explorar a velocidade de Wanderson e talvez David, que tende a ser usado no comando do ataque se Alemão seguir achando que é a solução em todo o momento. Alan Patrick está fora de ritmo, mas mostrou qualidade, mas o candidato a sair do time é Pena, e não Edenílson, infelizmente.
Nessa toada de acomodação de líderes inexplicáveis, o Inter perde tempo e pontos importantes, optando pelo modelo de jogo que recua ao abrir o placar, e não se organiza para contra-atacar. Se o problema de Medina era a defesa que levava bola nas costas e o ataque que não fazia gols, o de Mano se tornou o meio, mas o ataque segue sem fazer gols, e a defesa segue levando gols.
Considero que Mano ainda não teve tempo para treinar, nem todos os jogadores à disposição, embora tenha mais opções que Medina, e, sem tempo, optou por usar o esquema que os líderes gostam. Com a semana cheia, espero que Mano repense jogar em função de Edenílson, pois todos nossos últimos treinadores caíram por conta dessa opção.