PASSARALHO
Não quero que pensem que vou traçar qualquer comparativo, pois a rigor não vou. Só que preciso reconhecer que pouco ou nada falo do time do Internacional na temporada de 2016. Não é por querer fugir do problema ou mesmo para fingir que não aconteceu, mas a verdade é que eu mesmo não sei explicar aquilo, apesar de tudo que já se sabe. E olha que já passei com folga das sete décadas e na vida já vi de tudo. Senão tudo, o suficiente para não me assustar com qualquer coisa.
Contudo, preciso fazer aqui uma confissão: não fosse por 2016, talvez sequer estivesse aqui hoje. Acontece que me desgostei muito das coisas do Inter desde o episódio da zona de conforto, do Fernandão. Quem sou eu para julgar caráter de alguém, afinal, fui borracho quase a vida inteira, porém, aquele choro do nosso Capitão Planeta era doído, tão doído que doeu até em mim. Era doído e verdadeiro, protagonizado por um homem de caráter.
Dali em diante, por mais de 3 anos, abandonei quase que por completo o Internacional, pela primeira vez na minha vida. Mas, como é na hora da fumaça que os parceiros se “acueieram”, vendo o time naquela draga toda em 2016, julguei que precisava de mim e, não só (re)aflorou meu Coloradismo, como assim como Falcão, voltei ao Gigante da Beira Rio; o maior jogador da nossa história pouco durou, mas eu, em compensação, não mais deixei o templo das maiores glórias desse Rio Grande. Não mais deixei de torcer e sofrer com o Internacional e, a verdade é que a esta altura da minha doce vida – tal canha com butiá – é um casamento que não mais se desfaz.
Contrário, pois, dos que se agarram ao agouro do flagelo, prefiro ver o copo meio cheio. As mudanças prometidas pelo Presidente e que não aconteceram a contento até agora, bem, nada como um fiasco atrás do outro para se fazer acontecer, enfim. Nem mesmo a conversa de que é perigoso desmanchar um time em meio à temporada não cola. Caímos igual em 2016, mesmo mantendo as “jóias” do time. Ou seja, só pode sobrar quem realmente ainda tem lenha pra queimar. Braseiro aceso para aquecer os corações aflitos.
Meta que é paleta, Barcellos. Meta o passaralho no grupo de jogadores que o povo Colorado vai aguentar as pontas contigo. Já aguentou em outras e não vai te abandonar agora na hora da fumaça.
Eu não vou, ao menos. Estarei com o Inter até o (meu) fim!
CURTAS
– Agora, Barcellos, costela gorda e um pouco de humildade não fazem mal a ninguém também. E ser humilde, convenhamos, não é tirando dirigente mofo da década de 90 do baú;
– Cacique tentou, reconheçamos. Botou a aldeia para fazer até dança da chuva e teve um aguaceiro em todo o Rio Grande. Ao fim e ao cabo, todavia, talvez devesse de flechar em outra tribo;
– Não podemos nos iludir. Adversário era da série B, com futebol do mesmo nível;
– Meu quadril também é todo ferrado, tal qual o do D’Alessandro, fruto dos tantos fandangos que dancei. Por isso deu uma ponta de inveja em ver nosso camisa 10 subindo a escada com tamanha agilidade. Saudade dos meus 40;
– Não adianta mandar embora jogador da base, que não fede e nem cheira. Pra oxigenar esse grupo tem que tirar a banda podre e fétida;
– Penso que Bruno Mendez não valha tudo que estão pedindo. Mas um recomeço do time do Internacional se inicia pela sua permanência no Clube;
– Liziero foi nosso melhor lateral esquerdo em bastante tempo. Sintomático e assustador ao mesmo tempo; Wesley Moraes parece aqueles bonecos de posto de combustível; Cuesta, enfim, achou o seu lugar e terá tempo para a lua de mel;
– Mendez, Bustos, Gabriel e alguns garotos da base que peitaram o soprador do apito ao final do jogo. É desses que precisamos. Chega de pamonhas em campo. Futebol não é coisa pra maricas!
PERGUNTINHA(S)
– Cacique Medina vai ficar, muito porque seguidas trocas de treinador não funcionaram no passado recente. Mas, a que preço?
– O recado do Capitão ao final do jogo tem nome, sobrenome e endereço certo?
Se acuieramo Povo Colorado!
PACHECO