Fim de festa
A sensação, ao que parece, é tal qual vem demarcada no título deste: fim de festa. Não que nos últimos tempos tenhamos vivido as glórias e alegrias do time em campo; convivemos é bem verdade com a ilusão. Até nisso o Colorado parece padecer no paraíso: nossas alegrias são a mais pura e nefasta ilusão!
Adianto que não assisti o segundo tempo; também não fizera nos dois últimos jogos anteriores. Perdi o tesão por ver futebol, por causa do Internacional, de maneira que sequer os bons jogos da Eurocopa estou acompanhando. Disse aqui na minha última participação e repiso: nunca abandonei o Inter na hora da fumaça. O que não quer dizer, todavia, que não tenha ficado de stand by por alguns momentos. Na história recente, fora assim entre 2011 e 2015, com pontuais excepcionalidades (eu estava em Caxias no último jogo do brasileiro de 2013 que valia a permanência na série A; depois, momentaneamente nos jogos decisivos da libertadores de 2015 e naquele clássico fatídico).
Voltei ao Beira-Rio mesmo no último jogo de 2015. Segui no ano seguinte sem dar muita atenção até que a água bateu no pescoço, o rebaixamento estava desenhado e dali em diante eu praticamente não perdi mais nenhum jogo. Há cinco anos eu estou firme e forte dando apoio e mandando boas vibrações ao time. Ou estava, sei lá.
Como disse, não assisti o segundo tempo, o que sequer impede de falar de todo o jogo de ontem aqui, afinal, o time do Inter tem sido o mais do mesmo há quanto tempo? Não culpo treinador, ademais de arrancada e quantos já passaram por aqui nos ultimamente sem ser muito diferente, mas não dá para imaginar que um time com quatro volantes de saída possa ser uma solução. A bola partia da defesa pro ataque de qualquer jeito, afinal, não tinha meio campo algum capaz de construir qualquer coisa sequer. Também não dá para pensar que Patrick possa seguir no time e, para piorar, soube depois que terminou jogo em campo, participando ativamente do segundo gol deles, com um a menos, no fim: sim, conduta omissiva é punível pelo Código Penal Brasileiro, porém condecorável no código imoral colorado ao que parece.
Não se passa impune quando se busca apenas não perder; menos ainda, quando se deposita em perdedores as expectativas em torno da camisa do peso que tem a do Internacional. A bola sempre pune.
Nesse contexto, preciso aqui formular um pedido de desculpas públicas a meu irmão Arthur. Não é de hoje, já faz tempo, aliás, que ele fala que Victor Cuesta não merece nada mais que um banco, quiçá buscar o sucesso na carreira que nunca teve em outro lugar. Embora eu, ou qualquer um de nós, deva ter um pouco de cuidado de culpar esse ou aquele, a manutenção de Cuesta no time vai contra um diagnóstico feito aqui e reiterado por mim uma porção de vezes: não chegaremos a lugar algum enquanto a sombra da série B, hoje perfectibilizada por meia dúzia de boleiros, estiver presente.
A sina perdedora seguirá robusta enquanto não limparmos esse clube de todas as formas. Todas mesmo. Mas falta comando também. Não temos um Vice de Futebol à altura do cargo e a ficha do Presidente, de que ele efetivamente está nesse cargo e sua importância, ainda não caiu.
Enquanto tudo isso não acontece, temo afirmar que nossa luta, inglória, ao que parece é para não cair. Apenas e tão somente.
Com um fim assim, nem precisava de festa.