Reescrita
Começo meu post pelo final escrito por Mauro Loch, no começo da semana: “Enfim, Aguirre terá muito trabalho pela frente, em campo e fora dele. Esperamos, todos, que a direção, dessa vez, faça sua parte”. Pois bem. Na minha última aparição por aqui falei em cristalina redação que não acreditava ser Diego Aguirre o melhor técnico para o momento, pois enxergava que sua primeira estada na casamata Colorada fora tão somente razoável, restando prestigiada em torno do seu nome a mística do “portal a ser fechado”, decorrente do trabalho abruptamente ceifado em 2015.
Contudo, naquele momento ainda era uma especulação. E por ser agora uma realidade, sim, Diego Aguirre é nosso novo técnico, não há nada mais a falar tampouco a lamentar: nunca abandonei o Internacional na hora da fumaça e não será agora que o farei. Portanto, Diego Aguirre é o meu técnico e terá da parte deste que vos escreve total apoio aqui neste espaço.
Como já foi muito falado por aqui da novidade ‘treinador’, resolvi retomar uma questão que há tempo já abordo, qual seja, da necessidade de que seja feita uma “limpeza” no vestiário Colorado, substituindo algumas peças que foram elevadas à liderança e fama injustificáveis, afinal, não ganharam nada pelo Clube; pior: sucumbiram diante das claras oportunidades de glória. Vejamos, para tanto, o que escrevi em “Nau à deriva”, publicado em 08/11/2019:
“Por fim, a questão dos mimados e perdedores: os jogadores. O que parece, vendo aquele futebol medíocre e sem vontade de ontem e dos últimos jogos, é que saímos da série b (que é uma triste exceção na nossa história), mas os jogadores estão lá ainda. Pensam como boleiros de time pequeno, não honram a camisa que vestem e fazem o que querem. Ninguém parece exercer qualquer poder de gestão daquele grupo de ‘atletas’, que não ganhou nada mas se apresenta como. Eu fui daqueles que saudou a vinda de Rafael Sobis e hoje venho aqui reconhecer que não deu certo (algo que realmente era a tendência). Temos exemplos diversos, pois, de que é preciso oxigenar o grupo, parar de insistir no que não dá certo, determinar que o Sarrafiore tem que ter a chance de ser titular, que Parede nunca terá futebol para jogar no Inter e que Patrick não basta, um jogador quando muito médio que acha que é craque e é adorado por todos aqueles que brincam com o dinheiro de nós que somos sócios.
A nau está à deriva, comandante não temos, o treinador nem sabe porque entrou na barca e a chance do ano não estar totalmente perdido é justamente acreditar que ele está. Sabe a categoria de base? Põe para jogar. Ao menos teremos jogadores com vontade dentro de campo”.
É verdade que Sarrafiore ainda não vingou, quer no Internacional ou no próprio futebol. Nossa base ainda carece de nomes incontestáveis, mas suponho que a parte da vontade não falte; no mais creio ter acertado. Também é verdade que a diretoria não é mais a mesma (em termos), mas inegável que aqui no BV não faz pouco tempo que se alerta que o problema é de dentro pra fora. Está enraizado em algumas peças do vestiário. Acorda, pois, direção!
Enfim, como diria Mauro, Aguirre terá muito trabalho pela frente. É bem isso e muito mais. Pode-se dizer que a sorte neste caminho é a presença de Paulo Paixão, profissional de irretocável competência e multicampeão, inclusive aqui. Que Aguirre, sua comissão técnica e Paulo Paixão consigam conferir ao elenco o algo a mais e, quem sabe até, fazer com que alguns ali efetivamente deixem a fila do quase. Só que pra isso tem que haver muito mais comprometimento e tem que jogar muito mais. Mas muito mesmo.
E hoje, apesar dos antecedentes desfavoráveis, é um bom dia para começar a reescrever esta história.