O que será de nós

Há duas semanas atrás, quando escrevi aqui pela última vez, estávamos prestes a enfrentar o Juventude, e pedi que tivéssemos logo o Grenal, pra que pudéssemos ganhar logo do Grêmio.

Neste meio tempo vê-se que algumas coisas mudaram.

Avalio que o cerne das minhas opiniões se mantém: a torcida está impaciente. Dez anos na fila, sucessivas derrotas no Grenal (inclusive mais uma no final de semana passado), nos fizeram intolerantes a qualquer cinco minutos de palestra.

Tanto que li por aí que a solução de tudo seria de novo o Abelão. Acho que ter ganho nosso único Grenal em três anos elevou a imagem do time que ele montou ano passado para super máquina campeã, o que não é bem verdade. Minha memória não é tão seletiva assim.

Existem duas correntes na torcida do Internacional atualmente, a que acha que o Ramírez não tem o time para fazer o que ele quer, e a que acha que ele precisa de mais tempo pro time se transformar no que ele quer. Uma pede pelo Abel (me recuso a pensar que exista outro técnico que a torcida prefira agora) e outra quer a manutenção do técnico.

Quem está certo? Talvez os dois estejam errados:

Eu não acho que o Abel Braga ou qualquer outro técnico seja melhor. Passaram-se três meses, não acabou nenhum torneio ainda, e vamos voltar para o Odairbol já? Fechar a casinha? Pezinho no chão? Se for assim, me dá vontade de desistir.

Ao mesmo tempo, dar tempo não significa perder o controle. Não é qualquer coisa que é admissível. A implantação do modelo é um trabalho de longo prazo, e que envolve uma “educação” dos jogadores, da base até o profissional (é o que dizem). Isso não significa que volta e meia o time não deva aprender a jogar de outra maneira, dançar a música. Muitas paradas serão mais difíceis do que simplesmente jogar a mesma coisa sempre, e até agora eu não vejo sinais de que este novo Internacional terá mais espaço para adaptações. Neste sentido, acho que o Coudet foi o melhor técnico que nos treinou em muito tempo, e infelizmente este bonde passou. O time que era queria montar tinha muito a cara do Internacional, e era muito competitivo e adaptável. Perder Grenais custou muito caro pra ele.

Como bem comentei na última live do BV, os dois jogos mais recentes (Grenal e Olímpia) me deixaram meio tenso: parece que o time está involuindo. Na sua coletiva, o Ramírez deu sinais contrários, de que o jogo contra o Olímpia foi o que o Internacional foi mais “fiel ao modelo” e isto ele gostou. No Grenal tivemos o controle no primeiro tempo e depois fomos superados pelo Grêmio, que fez boas trocas e passou a dominar o jogo.

Amanhã é uma incógnita pra mim. Não sei qual Internacional que vai entrar em campo, se o que vinha goleando ou o que se acadelou fim de semana passado. Vou torcer muito que vença, porque sei que os Grenais custam caro, e neste caso prefiro o duvidoso pelo certo, especialmente se o certo for o Odairbol. O que eu conheço dos últimos dez anos não quero nunca mais ver.