Omelete
Não se faz um omelete sem quebrar alguns ovos, mas também nem todos os ovos precisam virar omelete. Assim como parece ser tarefa simples enaltecer goleadas é muito fácil defenestrar derrotas, ou os ovos podres dela, ainda mais como ocorrido na Venezuela. Foi sem dúvida uma das vergonhas recentes do Internacional mais emblemáticas, um time que não entrou em campo para vencer, pois achou que isso aconteceria ao natural. Aliás, condição que tem sido recorrente nas derrotas: a soberba. Alguns jogadores parecem campeões mundiais recém condecorados desfilando em campo. Na terça, os ovos podres foram os já conhecidos de sempre, mais uma vez inseridos no omelete do time Colorado.
Embora pareça que até estou mais irritado agora que estava quando da live da BV, preciso manter uma coerência dizendo que não acho que trocar treinador seja o caminho. A derrota de terça não foi menos fiasquenta que face ao Sport, fevereiro próximo. Logo, vamos parar também de achar que Abel Braga é a solução da lavoura a cada insucesso. Contudo, MAR precisa entender, e neste ponto me repiso, o tamanho que têm o Sport Club Internacional em detrimento da sua experiência anterior e de si próprio. Dito isso, tá na hora de errar menos. Inadmissível escalar mal e mexer ainda pior. Nem digo tanto sobre o jogo de terça, porém tem sido uma tônica as vezes até mesmo nas goleadas, sufocadas pelas vitórias da ilusão. Mas sobre terça, por que MG em detrimento de Caio Vidal? Por que Lindoso entrou precisando buscar o resultado?
Precisa o time parar de ser 8 ou 80.
E por falar em time, vamos seguir na insistência com cristalinos perdedores até quando? Lomba e Edenilson (mais uma vez), apenas representam o topo da cadeia alimentar que não foi capaz de vencer a segunda divisão nacional, apesar dum orçamento ‘trocentas’ vezes maior que qualquer outro time moribundo daquele campeonato. Hoje, excetuando Cuesta (por enquanto) todos os demais estão fazendo hora extra por aqui, inclusive, Edenilson (e Dourado, de péssima atuação, também). Aliás, que tara é essa por um jogador que por aqui nada venceu, toda temporada transforma sua permanência numa novela mexicana e segue nos brindando com cenas que não só ensejam derrotas, mas, principalmente, mancham nossa história(?).
Ahhh, pois é.
Criticar o Zé Gabriel neste momento é bater em cachorro morto; aliás, o que pensa este colunista acerca do referido jogador já está bem claro neste espaço e isso não é de hoje. Só que assim como o Coronel Nascimento disse ao final do “Tropa de Elite” que policiais não puxavam o gatilho sozinhos, o zagueiro também não entrega sozinho. A direção que não contrata um zagueiro titular indiscutível, entrega junto. O treinador que escala e acaba sendo conivente com a diretoria que não contrata o zagueiro titular, entrega junto. O mesmo vale para a lateral esquerda (atuação lamentável do atual titular).
E antes que que digam que não há dinheiro para contratar, assim como não se faz omelete sem quebrar uns ovos, não se faz sem comprá-los. Parece até uma lei básica da física. Assim como é básico que o omelete Colorado precisa ganhar um rumo efetivo dentro da frigideira ou não haverá prato a ser servido. E nossa torcida está com fome e quem tem fome, tem pressa.