FIM DE SEMANA DE FUTEBOL
Mesmo sem futebol do Inter, o final de semana foi repleto de jogos interessantes.
Já no meio de semana o City enfrentou o Borússia, em um jogo muito tático, com poucas chances de lado a lado e muita marcação.
Na sexta, à noite, nosso rival enfrentou o estilo de jogo pretendido pelo nosso novo treinador, mas com mais tempo de treinamento, e vimos os equatorianos apresentarem um futebol envolvente, com toques rápidos e boa movimentação, apesar de ainda serem ingênuos na marcação. O primeiro gol é uma demonstração do que a movimentação pode fazer de estrago em uma defesa.
Sábado foi dia do clássico espanhol, tendo o vencedor apresentado menos posse de bola, e uma marcação muito eficiente nos dribladores do Barcelona. O jogo foi muito disputado no campo do Real, mas os merengues não são um time que desperdiça posse de bola, e sim tem uma saída de jogo muito objetiva, com jogadores que sabem muito bem o que o outro vai fazer. Ao Barça, parece faltar um definidor e cultivam nova dependência de Messi, ainda brilhante, ainda excepcional, mas com menor eficiência. O treinador holandês não teve receios de colocar um time mais ofensivo no segundo tempo, quando foi melhor.
Já pela manhã de domingo foi a vez da supercopa entre Palmeiras e Flamengo. Ceni mostra uma pobreza tática impressionante. O Flamengo é um time de excelentes individualidades, que supre a carência tática com movimentação espontânea de seus meias, tendo esteio em Arrascaeta, Gerson e Bruno Henrique.
Do outro lado, Palmeira ainda tenta se ajeitar, com time modificado, mesmo com os mesmos jogadores. Já apresenta jogadas ensaiadas e marcação bem treinada. O jogo perdeu um pouco do estudo entre os adversários com o gol prematuro, aliás, um golaço do Veiga, que quase foi dispensado por duas vezes, e que sempre achei que caberia bem no time do Inter.
Depois de um Flamengo mais atacante, vimos um Palmeiras tentar explorar contra-ataques, mas também sentindo falta de um definidor para suas jogadas, apesar do bom Wesley. Ambos os times, mesmo com grandes investimentos, têm problemas em suas defesas. Palmeiras desperdiçou sequência inacreditável de pênaltis, entregando a taça ao Flamengo.
À tarde o combalido Cruzeiro não apenas fez frente ao Galo cheio de dinheiro, como jogou melhor tática e tecnicamente. Bruno José já é titular na frente de Pottker, e ainda não entendi porque o Inter o deixou sair sem testar no time principal.
A melhor contribuição de Pottker foi um arranhão em Hulk, provocando a expulsão dupla, creio, sem tocar na bola; muito embora Hulk não esteja rendendo nada. Sobis é a referência técnica do time e foi decisivo no gol.
O que tiro desse apanhado é como o tempo pode fazer diferença na execução de um trabalho. O Cruzeiro, com maus resultados, manteve o jovem treinador, e ontem fez uma bela apresentação, mesmo com alguns jogadores sofríveis, e já emendou quatro bons resultados, após risco de sequer se classificar entre os quatro mineiros.
Do outro lado, Cuca já tinha levado um tempo até acertar o Santos no ano passado, e mesmo com um elenco invejável, ainda não acertou a mecânica do time. Se conseguir, e acho que conseguirá com o tempo, será um belo time, já que não falta qualidade em quase nenhuma das posições, nem no banco reservas.
Acredito que o Inter deveria seguir o mesmo rumo, sem as cobranças exageradas do novo estilo que está sendo proposto e implementado pelo Ramirez, com consciência de que precisa de tempo, até mesmo para achar a qualidade.
A cobrança de resultados e da apresentação, pelo jogadores, do modelo de jogo pensado, não deve pautar a direção, embora não possa ser afastada da torcida ou imprensa. O trabalho da direção não á apenas escolher a comissão técnica, mas respaldá-la dentro do planejamento que a torcida não conhece, mas que deve ter sido combinado com o novo treinador, suportando as pressões da mídia e dos empresários e jogadores descontentes. A expressão é velha, não se faz omelete sem quebrar os ovos, e as últimas diretorias pareciam pisar em ovos quando o assunto era futebol, sem nunca quebrá-los.