Replay
A questão inicial não é tanto o Marcelo Lomba seguir, inexplicavelmente, prestigiado com mais um técnico a ponto de ser definida sua permanência no time titular; quanto a isso já venho tratando de me conformar (estou sendo irônico e mentiroso, admito). A questão inicial é que a nova lesão de Danilo Fernandes (aos desavisados, fez cirurgia para corrigir hérnia de disco e ficará praticamente dois meses fora – entre recuperação do procedimento e recondicionamento físico) implicará sua forçosa permanência no clube, no mínimo até o término do seu contrato (31/12/2021); impondo uma despesa alta e desproporcional mês após mês, além de acabar por limitar a ascensão dos goleiros da base. Não falo somente do Daniel, cujo desempenho até eu levantei dúvidas na última participação aqui, ou do Victor Hugo que agora treina com os profissionais também, mas principalmente dos ora emprestados: Keiller (Chapecoense), Emerson Jr. (Figueirense) e Carlos Miguel (Boa Esporte).
Não à toa que a tradição futebolística definiu uma máxima irretocável no universo do futebol: todo grande time começa com um grande goleiro. Nem falo do tamanho, obviamente, mas da qualidade e da imposição debaixo das traves, principalmente. Embora ainda não tenhamos um grande time efetivamente, não vai muito ficamos na vice liderança do campeonato nacional e se não é um time brilhante, que salta aos olhos, ao menos engana bem. Mas o goleiro então mantido na condição de titular, e falo disso aqui faz tempo – logo sendo apenas coerente, não está à altura do time, quiçá da grandeza do Sport Club Internacional; talvez um bom reserva e fico por aí. Claro que minha memória não é curta e eu lembro que em 2018 Marcelo Lomba fora eleito o melhor goleiro do brasileirão, porém, estamos em 2021. A verdade é que 2018 foi o ano da vida de Marcelo Lomba enquanto goleiro profissional e mesmo assim ele não ganhou nada como titular, falo de títulos que é o que realmente importa no fim das contas, além de dois estaduais baianos.
Pior que não ganhar títulos representativos, todavia, é o que simboliza Marcelo Lomba como titular do Inter. Primeiro, e ele puxa a fila pois sempre é o inaugural na escalação (como todo goleiro – hehehe), que estampa um grupo perdedor, estava em 2016 e participou da fatídica “reconstrução” de 2017; segundo, que seu semblante é de perdedor, convenhamos, de um jogador amedrontado dentro de campo, que não passa segurança alguma à defesa; depressivo, pois. Por fim, que impor a alguém com esse perfil o papel de líder do vestiário só demonstra que estamos (muito) longe de algum título. Afora que Marcelo Lomba não consegue pegar pênaltis, é o rei do golpe de vista e adora tomar gols patéticos, vide aquele do Sport, há dois meses. Esses dias, aliás, repassei alguns jogos no brasileiro de 2019 e em praticamente todos que vi, tomamos alguns “gols aberração” com o Lomba no gol.
Inexplicável, portanto, essa predileção dos treinadores por Marcelo Lomba titular. Os que dizem que se é o preferido de muitos é porque o problema está em mim que não quer ou em você torcedor Colorado que quase que em sua totalidade também não, se amparam apenas na argumentação rasa, vamos combinar. Ou seja, se não se vê que Lomba não é o ‘grande goleiro’ para começar o ‘grande time’, só nos resta pensar que teremos nessa temporada apenas um replay das anteriores. E replay no tocante aos resultados que, consabidos, não nos trouxeram absolutamente nada além de sonho, ilusão e desencanto.
Deu né?
PS.: que o passaralho anunciado ontem também chegue no grupo de jogadores. Exemplo de austeridade tem de ser dado de cima pra baixo!