2.8
(25)

Foi um segundo jogo ruim, pouco melhor que o primeiro, talvez porque o Ypiranga é melhor que o Novo Hamburgo, e algumas falhas se repetiram.

Desde logo vou dizendo que essas falhas são normais, vários jogadores nitidamente se ressentindo de uma parada, mesmo aqueles que todos sabem não dever continuar vestindo a camisa do Inter.

A vitória veio sem nenhum brilho, e quase escapa em um entrevero na área, salvo por Danilo Fernandes, ou pela falta de habilidade do zagueiro que finalizou. O gol veio de uma jogada nova, que se repetiu em quase todos os cruzamentos, um pouco sem razão de ser considerando quem atua pelas pontas. A bola cruzada saindo do goleiro e além do segundo pau foi constante, mesmo procurando o baixote Marcos Guilherme ou Patrick, que não é um exímio cabeceador.

Aliás, Marcos Guilherme fez o gol e absolutamente mais nada; espero mesmo que seja um momento de testes, e que esteja esquentando o lugar para Palacios ou mesmo Caio Vidal, ou mesmo Yuri, ainda que esse tenda a render mais pelo lado esquerdo, onde já jogou aberto, com Galhardo, lugar hoje ocupado por Patrick.

Galhardo também foi mal, mostrando que serviu de atacante no esquema de Coudet, onde tinha companhia pelo meio, mas isolado pouco fez e nada apareceu.

O primeiro tempo nada mostrou, exceto uma boa sequência de falhas de Lindoso, em todos os tipos de passe. O Inter estava estático em campo, cada jogador ocupando seu espaço, sem movimentação ou aproximação. A primeira parte do sistema posicional foi entendida, mas já vi jogadores de pebolim se movimentarem mais.

No segundo tempo Miguel Angel Ramirez já mostrou sua intervenção. Praxedes, perdido no primeiro tempo, passou a jogar mais adiantado e pela esquerda, fazendo combinações com Patrick, enquanto Moisés fechava pelo meio. Não deu resultados pelo óbvio desentrosamento, mas a ideia de aproximação pelos dois lados usando os meia e estes avançando até alinha de fundo foi uma intervenção bem nítida do treinador.

Do outro lado, Edenílson e um deserto formado por MG e Rodinei, impossibilitava qualquer troca de passes ou infiltrações, a não ser nas investidas de Edenílson, quando os outros dois atrasavam a jogada por falta de compreensão.

O time melhorou com as substituições. Abel é mais contundente como atacante que Galhardo, Heitor acrescenta em relação a Rodinei, e Yuri foi um teste mostrando que MG não deve ser dono da posição, aliás, nem no Inter deve ficar. Nonato até entrou bem, mas o ingresso de Lucas Ribeiro desmontou o lado esquerdo defensivo, também por evidente falta de embocadura, seja de Cuesta como lateral e de Lucas pela esquerda. Cuesta ataca melhor como zagueiro do que como lateral.

Danilo, embora tenha saído do gol em algumas bolas, falhou feio no lance do quase pênalti, e espalmou outra bola pro meio da área. Não foi pressionado com a bola nos pés. A defesa, quando pressionada, soube sair.

Lindoso é o ponto negativo do jogo, errando passes fáceis, lento e atrasado, e sem a movimentação necessária para a função. Não entendi Dourado no banco, mesmo achando que não é ele a solução para a posição, onde Jonnhy poderia ser testado. Ainda me conformo pouco com a solução de Patrick aberto pela esquerda, onde fez duas boas jogadas individuais, e perdeu um gol absolutamente incrível embaixo da goleira, mas fica difícil tirá-lo do time no atual momento.

O esquema do treinador exige muita movimentação e troca de passes com maior velocidade, e nada disso foi visto ainda, em nenhum dos dois jogos. A intensidade, marca do Coudet, também demorou para aparecer, e Abel também levou alguns jogos para mudar o esquema.  É bem cedo ainda para vermos a mudança, mas já temos alguns pequenos indícios nas intervenções do treinador e no posicionamento dos jogadores, mesmo que a permanência de alguns não tenha nenhuma justificativa. Quero crer que fará mais testes, e que veremos alguns titulares absolutos por menos tempo que gostaríamos, mas Gauchão serve pra isso, testes, ainda mais esse ano sem pré-temporada.

Enfim, pouco mostramos e a atuação de alguns apenas reforçou a convicção do torcedor de que alguns jogadores não cabem no time seja qual for o esquema.

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