Victor Wolff

De vermelho vive o coração

4.9
(17)

Eu não sei vocês, mas preferia mascar uma tábua de MDF que pensar em futebol.

Passei a semana inteira alterado, incapaz de trocar três palavras que fossem sobre o Inter. Os colegas do Blog sabem que estive ausente nas discussões. Ainda por cima me sinto incumbido de uma grande responsabilidade – escrever uma coluna para que os amigos possam debater no último fórum antes do nosso jogo mais importante em dez anos.

Desde semana passada, depois de uma vitória claudicante contra o Vasco, não me sinto confiante, apesar de também não me sentir pessimista. Quando que o artilheiro do time vai errar um pênalti contra o Lomba, como aquele coitado errou?! As coisas estão indo bem demais, mesmo quando dão errado… Parece desconfortavelmente narrativo, como um roteiro de folhetim, sempre com um gancho para a próxima semana.

Para fugir um pouco do misticismo, tento refletir sobre aspectos do campo: acho que o Abel vai tentar proteger o time, escalando dois volantes – Lindoso e Dourado. Considero um erro. Lindoso não jogou nada o ano todo e todas as vezes que tentamos isso deu errado. Especialmente quando era Musto e Lindoso – que ainda bem não é o caso –  e também relembro que jogo passado o Dourado esteve muito fora de ritmo.

Mas azar, sei que nesta altura do campeonato estes aspectos pouco interessam.

O que importa mesmo: aparecer pro Flamengo, fazer eles saberem que estamos jogando para vencer também. Fazer a perna deles tremer, assim como a nossa treme.

Afinal de contas, quem será campeão se vencer o jogo será o Internacional.

Então chega de nervoso, eu peço pra vocês, e peço pra mim mesmo. Vamos se atirar nessa parada, com vontade de quem quer mesmo. Pela quarta vez desde que voltei a escrever aqui, digo pra vocês: vamos entrar de cabeça nesta brincadeira.

Sei que faz 41 anos, sei que já tivemos alguns Bobôs na nossa trajetória, mas sei também que já tivemos algum Gabiru. E ser colorado é assim mesmo, e por isso vale a pena toda vez.

Estou uma pilha, não sei bem o que mais posso dizer. Só quero que domingo chegue logo, estou maluco por gritar. Está entalado desde 2005, desde a memória dos meus tios e do meu pai em 79. É o grito que eu quero dar, quero ser campeão brasileiro, e que seja domingo. E que domingo meu vizinho possa ouvir: a cor do meu batuque tem o toque, tem o som da minha voz… vermelho, vermelhaço, vermelhusco…

Saudações vermelhantes!

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