A fé
Devo ser um homem de pouca fé. Ao menos para assuntos que digam respeito ao Sport Club Internacional. Vejam que joguei a toalha na minha última participação por aqui e prometi, inclusive, não mais voltar antes do próximo mês. Além da pouca fé, parece que venho demonstrando pouca credibilidade, também, afinal.
Vou me agarrar à mística de que é o Inter que perturba a cabeça do vivente e conferir meu lombo ao chicote: sim, quebrei uma promessa e estou aqui.
Não irei contar vantagem, ou criar uma falsa sensação de terra arrasada para dizer que na real apenas tirei a pressão em cima dos resultados seguintes. Alguém creio que sugeriu isso nos comentários do meu post da semana passada. Posso pôr em xeque minha credibilidade, mas jamais seria leviano ou hipócrita.
Não volto antes em função da vitória do último domingo. Volto pois preciso ter a hombridade para fazer reverência a um dos jogadores mais criticados da nossa história, que deu a volta por cima e é um dos maiores ídolos Colorado. Não só isso, é um dos maiores torcedores vivos do Sport Club Internacional: Valdomiro!
Pois o senhor Valdomiro Vaz Franco, que ontem completou 75 anos de uma vida dedicada ao futebol alvirrubro, o atleta que mais vestiu o manto sagrado Colorado (mais de 800 jogos), deu uma entrevista juntamente com outros jogadores, ao jornalista Marinho Saldanha para o site UOL. Ative-me as suas palavras acerca do jogo de domingo:
“Para mim, é muito importante. Estamos sofrendo há 41 anos. Nosso último título foi aquele que conquistamos. Eu tenho um amor muito grande pelo Inter, é minha casa, joguei 13 anos ali. O torcedor cobra muito este título brasileiro. O Inter ganhou Libertadores, Mundial, mas não ganhou Brasileiro. Temos que fazer de tudo, estamos com saudade deste título”
“O time do Inter está há bastante tempo junto. E ainda tem uma vantagem [está um ponto na frente]. Mas isso não pode ir pra dentro de campo. É ali que vamos ver quem terá condições. O futebol gaúcho tem isso de garra, de vontade, de marcação, o Inter sempre foi assim. No nosso tempo também. Nunca se esperava o adversário, sempre se marcou lá em cima, não pode deixar o Flamengo pensar”.
“Eu sempre acho que o melhor é nunca deixar para depois. Quando eu jogava, se desse para ‘matar o bicho’ antes, a gente matava. Não pode deixar para depois, não. A gente sabe que o Flamengo é um grande time, tem jogadores experientes, de seleção brasileira, chilena, um grande time. Não podemos desprezar eles, não. Mas domingo tem que matar. O cavalo não passa encilhado muitas vezes. Quando ele passar, tem que montar e segurar”.
Sei que Valdomiro é um homem de fé. Que tenhamos fé todos nós, torcida Colorada!
Toda uma torcida sofrida como está a do Sport Club Internacional merece este tetra campeonato. Dentre ela, o seu torcedor ilustre Valdomiro, ainda duplamente: como presente de aniversário.
Vai lá e vence por todos nós Inter. Por Valdomiro. Pelos times de 1975, 1976 e 1979.
Por todos nós Inter. Só te pedimos este campeonato!
Vamo Inter!