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Acertado o comentário no post anterior que falava do sentimentalismo para como algumas coisas são tratadas pelo Sport Club Internacional e muitos de nós torcedores. Ora, que absurdo fazer o Abel Braga sair de sua aposentadoria e agora dispensá-lo assim, sem qualquer respeito, não é verdade?

Na verdade, não!

Primeiro que se fosse por isso, o atual mandatário Colorado sequer poderia tê-lo contratado, já que estaria incitando o risco do malogro sob os ombros do treinador mais vitorioso da nossa história (ao menos em grau de importância dos títulos); todavia, preferiu se esconder atrás do seu próprio fracasso usando do técnico campeão mundial como escudo. Depois, que se fosse por isso, o próprio Abel Braga podia ter recusado (como já fizera em outras oportunidades – inclusive, em 2016 quando realmente precisávamos dele), admitindo que não valeria o apuro de colocar seu prestígio em risco por um trabalho que certamente teria prazo de validade; porém, preferiu massagear seu ego ferido pelas acusações de que é ultrapassado e que vinha de trabalhos ruins, tendo no Internacional a chance de disputar 3 títulos de envergadura: “e se puder ganhar tudo?”, disse o Abelão em sua chegada há cerca de 45 dias. Se por um lado é inegável que o Abel no Inter se sente feliz, por outro é preciso lembrar, hoje, véspera de natal do fatídico ano de 2020, que já não disputamos mais título algum; com muitíssimo esforço, uma vaga direta na Libertadores da próxima temporada.

Dito isso, parece que justificado o título deste post: o futebol é efêmero!

Novas verdades e mentiras surgem com o passar dos dias e, principalmente, o tempo passa. Ora, ninguém apagará da história do Sport Club Internacional o nome e a importância de Abel Carlos da Costa Braga: gigante, apesar das últimas duas eliminações; ninguém, também, apagará da história do SCI o nome de Fernando Carvalho: outro gigante, apesar de 2016 e o que quer que seja. Só que a história também não convive bem com a reprise. Certas coisas foram feitas para determinados momentos e incutir no erro de repeti-las esperando o mesmo resultado é, na maciça maioria das vezes isso mesmo: um erro. Crasso, quase sempre.

Então, se o Abel entende que é desrespeitoso ele seguir como tampão (ou, de forma mais bonita, em processo de transição) até o fim efetivo da temporada 2020, é preciso, pois, respeitar seu entendimento e seguir em frente. Talvez eu pensasse diferente se ele estivesse aqui treinando de graça. Não está. Possivelmente ganhará neste curto espaço de tempo o que a maioria nossa aqui não ganha num ano inteiro, quiçá mais que isso até. Sentimentalismo a julgar as cifras que giram em torno do futebol de hoje em dia não cabe mais, sejamos francos. E outra, a torcida Colorada que gosta de se apegar à choradeira falsa dos influencers e da imprensa nada isenta (que gosta mesmo é do lado de lá), no fundo, merece ficar uma década sem ganhar nada.

Como diriam os moderninhos, chega de mimimi minha gente.

Engraçado que não teve sentimentalismo quando o maior jogador da final contra o Barcelona, falo-lhes de Pedro Iarley, foi dispensado sem qualquer cerimônia; ou mesmo quando o grande Fernandão saiu chorando daqui, sem comoção da direção e talvez de parte (mínima, mas existente) da torcida. Ou bem mais lá atrás quando chutaram o Dunga depois dele nos salvar da segunda divisão.

Sentimentalismo no Inter parece que é seletivo. E ordinário.

Sorte que não sou assim:

Feliz Natal amigas e amigos do BV. Feliz Natal Nação Colorada. Família é tudo que precisamos.

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