Tango e tragédia
Passamos à próxima fase da Copa do Brasil, com pouco futebol, mas passamos. Também acho que o assunto já resta superado, agora é aguardar o próximo adversário que será definido por sorteio, amanhã. E dado o brevíssimo hiato de jogos, surge tempo para falar de outros assuntos pertinentes ao time e quem sabe até do Clube. Assuntos que muitas vezes abordamos de forma genérica ou em meio a uma análise relativa a partida então disputada, o que acaba parecendo, tão somente, um comentário aleatório.
Dito isto, vou me repetir aqui mais uma vez: Marcelo Lomba já não merece mais (e faz um tempinho) a titularidade absoluta da meta colorada. É um bom goleiro, não mais do que isso, que viveu sua melhor fase justamente aqui no Internacional, apesar dos seus quase 34 anos. Nada contra a pessoa do Lomba, que parece um líder de vestiário pró ativo, mas o Inter pelo tamanho que tem não pode conferir titularidade a quem quer que seja por algo que não seja o desempenho. Talvez se o banco não tivesse uma reposição a altura até vai aturar a má fase de Marcelo Lomba, mas o reserva imediato é Danilo Fernandes, que possivelmente seria titular na maioria dos times brasileiros; não obstante, ainda temos um prata da casa, o Daniel, a quem se rasgam elogios (e já tem quase 27 anos); não vai muito, o Fluminense tentou o empréstimo do Keiler e o Inter não liberou. Ainda temos o titular da Copa SP, Emerson Jr. (que confesso não morro de amores, mas para compor o elenco imediato serve). Ou seja, o problema não é colocar Lomba no banco para pôr em campo alguém inferior a ele.
O multicampeão Clemer encerrou sua carreira no banco. Num comparativo com Lomba, também chegou aqui com anos de estrada, apesar de ter feito uma carreira mais sólida o maranhense, com passagens por Portuguesa e Flamengo. O Clemer também falhava em alguns jogos, mas virava um gigante em decisões. Mesmo na final da Libertadores de 2006, no Beira Rio, apesar da falha no segundo gol do São Paulo, fez uma defesa antológica nos últimos minutos do jogo; nem falo do Mundial, que a história todos aqui conhecem. Já Lomba não cresce sequer em decisões, afora dois casos decididos nos pênaltis. Logo, não há razão para que a titularidade de Lomba não seja discutida nas cercanias do Parque Gigante.
Ademais, falo de alguém que atualmente parece uma caricatura do que já foi: Victor Cuesta. Incrível como Cuesta parece perdido em campo, jogo após jogo. Incrível! Pode ser que a mudança de perfil de jogo lhe deixe mais exposto, já que até ano passado volante era volante e agora virou meio campista, mas alguns erros ultrapassam a falta de cobertura. Aquele em SP no sábado foi algo que beirou o patético. Na terça, agora, mais uma vez quis comprometer, salvo pela ruindade do adversário ou por um companheiro. A diferença, neste caso, é que objetivamente Cuesta não tem um reserva. Nem mesmo o desaparecido Lucas Ribeiro que pelo que me consta é destro. Ou seja, ainda teremos de ver Cuesta titular ou improvisar. E torcer (muito) para que se encontre na mesma encruzilhada em que se perdeu.
Dois jogadores, enfim, que vivem entre o tango e a tragédia.