Ambição
Talvez eu até já tenha usado este título alguma vez por aqui, mas, azar. Ontem, a meu ver, faltou um pouco de ambição ao time do Internacional. Na realidade, parece que sempre falta um pouco em cada jogo. Veja-se que não fizemos uma partida brilhante, mas ao invés de buscar o gol número 3, optamos por ficar morcegando em torno do 2 e com isso, burramente, tomamos o 1. Se antes podíamos até perder no jogo da volta na próxima terça-feira (fique ligado na antecipação da data da partida), agora, o que nos resta de vantagem é o empate; que até já é uma boa vantagem a julgar a (falta de) qualidade do adversário, porém, um pouco mais de ambição poderia transformar a partida de volta em mero jogo treino.
Simples assim, nos falta ambição.
Ganhamos, afinal, e também no frigir dos ovos é o que mais importa. Tenho que concordar com algo que li por aí: não vai muito, de regra perdíamos esse tipo de jogo ou, no máximo, empatávamos. Há uma evolução, sem dúvida, o que não me impede de lamentar o gol bobo que sofremos no final do jogo; mais um, aliás, o terceiro em sequência. Enfim. O que achei do time?
Bueno, parei de falar de Marcelo Lomba porque duma hora para outra se passou a vangloriar aquela defesa contra o Pathetico. Porém, para este que vos escreve, sigo achando que é um desperdício ter um goleiro com a boa fama que tem Daniel, as vésperas de 27 anos, como terceiro na hierarquia. Depois, pagamos na casa de 300K (cada) por dois goleiros. Não é melhor pagar, então, 600K a um bom articulador? A defesa não comprometeu, Cuesta fez uma partida acima do que vinha apresentando e Pedro Henrique é um jovem promissor zagueiro. Moisés fez um gol, um bom segundo tempo, mas para mim é um jogador insuficiente para vestir o manto Colorado. No meio, Musto jogou bem, temos de admitir; Marcos Guilherme fez a sua melhor partida desde a parada, foi dele o cruzamento do primeiro gol, não se escondeu do jogo. E ficou por isso no meio. Por quê?
Ora, vamos combinar que Praxedes e Nonato foram dois dos piores em campo. O primeiro, dá-se desconto, afinal, surgiu agora no profissional, falta-lhe embocadura e principalmente porte físico: perde praticamente todas as divididas. Agora, Nonato, pra este que vos escreve é uma nulidade. Uma boa partida no ano somente, jogador burocrático que só sabe dar giro com a bola, não agride, não busca o ataque e, além disso, muito mole na marcação. Em suma, só não foi pior que ele, o inominável – a quem tiveram a coragem de confiar o sagrado número 7. Incrível como lhe sobram atributos físicos, é um gorducho que corre, mas a leitura cognitiva do jogo simplesmente não há. As decisão de regra são equivocadas, além de estar numa péssima fase de 3 temporadas. Para piorar e passar raiva: boatos que NÃO quer ir para o Cruzeiro.
Encerro falando de Leandro Fernandez que, enfim, estreou aparentemente. Um jogador que pode ser útil e ainda tem o atributo da bola parada e do chute de fora da área. Não é lá o atacante dos sonhos, mas ao menos cria uma perspectiva. Faltou mais ambição, sim. Mas a julgar que jogamos com os reservas, negócio mesmo é saudar a vitória. Ganhar é sempre o melhor de tudo.