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Depois de muito tempo consegui ver um jogo de futebol, e nem em sua totalidade. No domingo assisti ao Real bater o Eibar, jogando o primeiro tempo e administrando o segundo, pelo menos até onde vi.

No sábado, também acompanhei partes de Napoli e Inter.

Tenho pouca paciência com replay, e pouca paciência com o futebol alemão, que se transformou em um campeonato de um time só e os outros brigando por posições, não por título. Isso estraga qualquer certame; e dois times brigando também prejudica muito.

Mas o Real tem craques que enchem os olhos. Os passes, a estrutura de recuperação de bola e saída para o ataque/contra-ataque são dignas de nota. Mesmo dando desconto pelo adversário, é bonito de ver como a bola rola e como chega aos jogadores em lugares diferentes do campo com poucos toques.

O que mais me anima é a escassez de chutões de dentro da própria área. Há sempre a tentativa de sair jogando, sempre um jogador mais posicionado, desmarcado, pronto para receber um passe certamente difícil.

Kross fez um golaço, mas o segundo gol é uma jogada construída na retomada da bola, comum centroavante fazendo o único drible da jogada, finalizada por um zagueiro já sem goleiro.

No meu tempo, zagueiro fazendo gol dentro da área e na frente do centroavante, era pelada, desorganização. Mas o Real não é desorganizado.

Não há como comparar com o Inter, nem em termos de jogadores, nem financeiro, nem estrutura de clube, mas não é demais sonhar que é possível tentar jogar como um Real Madrid, pelo menos em sua disposição tática, ou em sua disposição em fazer gols.

Já me agradou Coudet quando fixou um ou dois jogadores na frente da linha da bola, servindo de opção quando temos a retomada, mas ainda não vejo um zagueiro finalizar estando na frente do centroavante, não sinto a fome de gol em todos os jogadores em qualquer posição.

Esse ranço ainda vamos carregar por algum tempo, achando que zagueiro tem que fazer gol de cabeça em escanteio ou bola parada, mas nunca avançar para receber livre dentro da pequena área.

O Real é um time solidário neste ponto. A marcação é feita por 11, e parece que todos sabem em que posição o outro deve estar, e se não estiver, quem deve ocupar o lugar.

Claro, é o ideal utópico, mas em tempos de ausência do nosso futebol, e poucas perspectivas de um retorno exuberante, fico com a utopia.

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