0
(0)

Se não me falha a memória, é o segundo jogo, no Brasileirão, que o Inter joga sem a famosa trinca de volantes, e o segundo jogo em que faz 3 gols.

Não vou contar o jogo contra o Cruzeiro, pois parece que aquele time, naquele dia, não queria a continuidade do treinador recém chegado, e as coisas ficaram mais fáceis, e o gol de Edenílson veio quando já não mais havia pretensões do Cruzeiro.

É claro que surgirão teses de que foi pela ausência do Nico, do D’Ale ou do Patrick, mas tenho pra mim que a repetição de um modelo de jogo, e nem falo de modelo tático, sem as mesmas peças, mas com um resultado parecido, deve ser a causa, e não propriamente essa ou aquela peça.

Contra o Galo, Pottker fez dois gols, Neilton outro, e até houve um recuo do time, mas o placar era elástico o suficiente para garantir a vitória.

Contra o Bahia de Roger Machado, mesmo sem as mesmas peças, com Parede, Neilton e Wellington Silva, também fizemos três gols, mas muito mais do que isso, jogamos com uma postura de time que quer atacar.

A troca de passes entre os zagueiros foi muito menor. Lembrem que, no Inter de Odair, os passes eram trocados entre zagueiros e laterais, e normalmente era Cuesta quem arriscava um lançamento tentando a velocidade de algum atacante.

Desde a saída de Odair, e desde que Bruno Fuchs assumiu a vaga de Moledo, temos mais passes, e não lançamentos, desse zagueiro, de forma vertical, encontrando um jogador no meio. Os lançamentos de Cuesta e também de Fuchs não desapareceram, e acho que não vão desaparecer, mas é lima opção que antes não existia. Já havia sido uma boa opção naquele passe de Roberto para Edenilson, contra o Santos.

A ideia de Neilton pelo meio também ajuda. Neilton é mais vertical e, pelo meio, tem mais espaço para o drible, e mais companhia não sendo ele o atacante a receber a bola nas pontas. Além disso se movimenta com mais desenvoltura pelo meio do que por qualquer das pontas. Seria o substituto de D’Ale contra o Athletico Paranaense na final, mas a opção foi por WS, e nos outros jogos, Sobis.

WS, aliás, mesmo sendo conhecido de Zé Ricardo, não mudou nada, nem taticamente, nem tecnicamente, nem animicamente. Segue ciscando sem nenhuma efetividade. Parede é mais esforçado, embora tome decisões equivocadas, fez um belo passe pro Guerrero, dentro da área, e um gol estilo Rossi.

Guerrero foi Guerrero, e fez um belo gol no terceiro, no lugar onde normalmente estaria Patrick nos contra-ataques, e incomodou a defesa do Bahia o tempo todo.

A mudança de postura, conduzida pela alteração do sistema tático, foram os diferencias do Inter de Zé Ricardo em relação ao Inter de Odair e Colbachini. A mudança de posição de alguns jogadores também é algo que não se via com Odair, já que Neilton e Sarrafiore jogaram pelo meio. Sarrafiore foi bem participativo na marcação, e acho que tem uns três desarmes no pouco tempo em que esteve em campo.

O próximo jogo é muito importante para o Inter, não apenas em termos de tabela, mas porque Zé Ricardo contará com os retornos de Patrick e D’Alessandro, e saberemos se a mudança para o fim do tripé de volantes foi uma opção tática ou uma exigência pela falta dos titulares de Odair.

Espero que tenha sido a primeira opção, o que significaria banco para Patrick, a não ser que Zé Ricardo o entenda como atacante viável, repetindo a mesma fórmula que resultou na falta de gols do time.

p.s.: Há um artigo publicado na ZH de hoje, por Eduardo Lacher, sobre a cláusula de barreira. Muito importante que seja lido e compreendido.

How useful was this post?

Click on a star to rate it!

As you found this post useful...

Follow us on social media!