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Inter x Flamengo: o ceticismo e a exceção

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O Inter enfrenta o Flamengo tendo em jogo não apenas a classificação a semifinal da Libertadores mas também o encontro ao tão necessário jogo de exceção que é emblemático em toda campanha de título.

A autoestima colorada sofreu um duro golpe em 2016 e verdade seja dita, apesar de um 2018 de certa forma mais adequado à grandeza do clube, ainda paira no imaginário do torcedor uma certa desconfiança sob a real capacidade de levantar taças deste grupo.

Critiquei a escalação inicial no primeiro confronto pois entendia que o time não tinha velocidade nas transições ofensivas e por consequência não iria poder explorar as costas dos laterais flamenguistas, o calcanhar de aquiles rubro negro na minha opinião.

Nesta estratégia de “picar o jogo” e especular ofensivamente, isto é, manter a segurança defensiva e atacar sem muitos riscos, o Inter fez um bom jogo até  o último quarto da partida, justamente quando abriu mão do jogo mais cadenciado para tentar contra-atacar de maneira mais contundente, fruto do ingresso de Wellington Silva e Nico Lopez, jogadores mais agudos e teoricamente descansados.

E como todo confronto desta magnitude é um jogo de xadrez, de ação e consequência, mas sobretudo os deuses do futebol sofrem de um senso de ironia mórbido, foi justamente no momento em que o Inter ousou que o castigo acabou por vir, e de certa forma começou nos pés do nosso melhor jogador, que tinha feito um esforço sobre-humano para estar em campo e se recuperar de uma lesão em tempo recorde.

Analisando friamente, achei coerente as substituições de Odair no contexto que se apresentava a partida: havia um desgaste em D´ale e Sobis evidente pela dedicação que tiveram em ajudar o sistema defensivo e o Flamengo iria intensificar a pressão, se expondo de maneira mais acentuada; ademais manter a estratégia por todo o jogo de apenas defender era bastante arriscada e havia sim uma janela para ousar e quem sabe trazer a classificação muito bem encaminhada do Rio de Janeiro.

E aqui cabe uma análise não pelo resultado, que obviamente foi desastroso, mas pelo contexto, de querer algo a mais: a mesma ousadia que tanto se cobrou de Odair não pode ser a justificativa para o revés, que explica-se por diversos fatores (inclusive a postura inicial), mas não pode cair na conta da análise rasa com o viés único do resultado, que distorce os fatos (e sua circunstância) por conveniência.

Ir por esta lógica significaria que as mesmas ações que deram errado (e estão sendo criticadas) seriam amplamente elogiadas caso o time tivesse achado um gol tal qual contra o Cruzeiro, e ao menos na minha humilde opinião, futebol não se vê apenas pelo prisma do resultado, ou ao menos títulos não são construídos a partir desta lógica.

Um bom exemplo neste sentido é o Palmeiras: uma hora o futebol de ideias pobres e sem pilares sólidos acaba por ruir, fruto em parte também da cultura nacional maniqueísta que vê louros apenas nas vitórias: ou vence e é bom, ou perde é ruim! Mas eu divirjo!

Neste contexto onde é imperativo reverter o resultado, alguns desafios impõem-se, entre eles a necessidade de atacar (e fazer no mínimo 2 gols) sem se expôr de maneira demasiada, uma vez que um gol do adversário praticamente inviabilizaria a classificação. Em um time qualificado ofensivamente como o rubro-negro qualquer descuido pode ser fatal, tal qual os 2 lampejos de criatividade, velocidade e talento de Bruno Henrique no 1º jogo, que sacramentaram em apenas 8 minutos um desfecho improvável para um jogo que parecia controlado.

Talento

Quando a classificação parece improvável e as circunstâncias desfavoráveis é o momento onde há a maior necessidade que a qualidade venha a tona, e hoje, mais do que tudo, o Inter dependerá e muito de seus jogadores que podem fazer a diferença: Guerrero, D´alessandro, Edenílson… A classificação passa por eles!

Será necessário uma partida de erro zero e precisão cirúrgica para fazer ruir a vantagem carioca; o mental dos jogadores deve ser muito bem trabalhado para absorver a pressão e subverte-la a seu favor: neste sentido um gol cedo é importante fator anímico mas a concentração deve ser ao longo da partida inteira, e o apoio que vem das arquibancadas um diferencial.

Tudo indica que Odair deve manter Sobis o que pode se mostrar como um acerto ou erro dependendo da função a desempenhar; o que não se pode esperar é intensidade física ou ainda obrigar o mesmo a fazer a recomposição defensiva a todo momento e ter fôlego para atacar: uma questão de postura!

Já defendi inúmeras vezes Nico, mas depois do jogo contra o Goiás é bastante evidente o desequilíbrio e instabilidade psicológica pela qual o jogador passa: em um jogo onde o emocional estará no fio da navalha já não me parece a melhor escolha, e aqui é a razão falando. Já o meu lado do coração, que enxerga romantismo no futebol em tudo, vê um roteiro ideal para a volta por cima: o talentoso uruguaio desencanta e é o diferencial que tanto precisamos… Quem sabe?!

Por mais que seja necessário atacar, creio que Odair não irá abrir o time e lançar mão da segurança defensiva (ao menos inicialmente), tendo o jogo contra o Palmeiras como o exemplo mais provável de disposição tática. Já o Flamengo deve apoiar na velocidade de Bruno Henrique e no talento de Arrascaeta e Everton Ribeiro como desafogo.

Independente das peças, a arquibancada e os jogadores serão um só; em uníssono é possível conseguir uma classificação senão improvável, difícil.

Para isso será necessário um jogo de exceção…  onde nossos jogadores de exceção façam a diferença…. Apoio não faltará!

Todos ao gigante!

 

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