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Meu primeiro ídolo desde que passei a observar futebol, além de torcer, foi Ruben Paz. Sim, tive o privilégio de ver Falcão, Jair, Carpeggiani, Valdomiro, Figueroa, Dadá, Lula e Caçapava, entre tantos outros; vi aquela derrota por 5×4 contra o Cruzeiro, pela Libertadores, talvez um dos maiores jogos de futebol da história, mas era novo ainda para entender a movimentação do jogo, o xadrez da montagem do time.

Aí veio Ruben Paz, um canhoto atarracado, rápido, driblador, com bom passe e conclusão. O primeiro jogador que vi como é fazer diferença em um time.

Desde o uruguaio, alguns canhotos de destaque passaram pelo time, Jorge Wagner, Alex em seus bons tempos, Guina, são exemplos disso. D’Alessandro talvez seja o ícone da perna esquerda, pela sua atuação dentro e fora de campo, sendo protagonista até quando esteve um ano no River. Para fãs ou detratores, D’Ale é um capítulo à parte.

Agora surgem dois canhotos que começam a ter destaque e encher a torcida de esperança. Nico, veio como goleador da Libertadores em um time sem expressão recente, caiu na mão de treinadores muito a frente de seu tempo, verdadeiros gênios incompreendidos pelos jogadores, torcida, imprensa e especialistas, mas que gozavam da antevisão de nossos dirigentes.

Nico foi reserva, ora escanteado no banco, ora escanteado em uma pequena faixa de campo rente à lateral, ora isolado como atacante único em um time sem ambição de fazer gols.

Nico foi paciente, até demais, e conquistou a titularidade mais pela deficiência extrema de seus concorrentes, ajudado um pouco por lesões, do que pela confiança do treinador em seu futebol. A verdade é que Nico cavou, duramente, um lugar no time, um lugar que nem bem se sabe qual, pois suas posições preferidas são ocupadas por jogadores que pouco rendem para o time.

Esse parece ser o caminho de Sarrafiore também, preterido injustificadamente em diversas oportunidades, colocado em campo sempre em posições diferentes, com funções diferentes, em tempos diferentes e com companheiros diferentes. Ainda assim, três gols, se bem lembro, sem completar 90 minutos em um jogo.

É pouco, mas é mais que o titularíssimo Pottker, ou que a sensação dos treinos, Parede. Não tenho as estatísticas, mas acho que é mais que qualquer titular do time, exceto Nico, mas, como ele, enfrenta treinador muito a frente de seu tempo, que ainda não achou a posição ou função que melhor contribua para o time, considerando, claro, que gol não é tão importante assim.

Ano passado comentamos aqui no blog que o time teria acertado com a lesão de alguns jogadores e parece que a hipótese se renova agora, com as lesões de Pottker e D’Alessandro. Insisto, sou fã do D’Ale, e pode até ser um “titular que começa no banco”, frase recente que ouvi e vou guardar, mas Odair ainda não encontrou uma fórmula que o coloque no time, e não acho que tenha conceitos que o façam conseguir.

Mas os dois canhotos da vez pedem passagem e liberdade, a mesma que D’Alessandro sempre tem quando em campo, precisamos de novos ídolos, e eles precisam jogar para serem ídolos.

p.s.: assistindo à Ferroviária e Corinthians, o 8 do ferrinho chamou muita atenção, sem ser craque, mas fazendo a função de Edenílson ou Patrick, organizando o jogo e a saída de bola. Não sei o nome porque assisto sem som, mas não é canhoto.

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