Agora é Libertadores
Passado a pre-temporada e também os jogos do estadual que serviram de preparação e suposta consolidação do time ideal, agora o clube respira Libertadores, o grande anseio para a temporada vigente.
Concentro minhas críticas pontuais ao trabalho de Odair em alguns pontos além da óbvia falta de evolução de um time que está junto a mais de um ano e parece não conseguir entregar mais além do que vem produzindo: infelizmente Odair não buscou, treinou ou encontrou novas alternativas táticas, ou ainda ensaiou mudar a forma do time de jogar e muito menos testou alguns promissores jogadores com a intensidade que esperávamos… Agora só nos resta torcer, e sobretudo esperar que o clube não faça sua estreia dia 05 com uma derrota fora de casa, o que complicaria, e muito, seu posicionamento no grupo.
As boas notícias coloradas, para surpresa de ninguém, são as promessas Nonato, Pedro Lucas e Sarrafiore, que se tivessem sido utilizados com um pouco mais de frequência, certamente teriam ajudado o time a pular alguns estágios na sua consolidação e sobretudo afirmação individual dos mesmos; entretanto Odair perdeu tempo com Trellez, Pottker e até Sobis de centroavante, e em vez de afirmar um armador preferiu insistir com a opção tática de jogadores de lado de campo realizando a tarefa, fazendo um único teste com Nico na posição.
A armação é um capítulo a parte: vamos para a competição continental com D´ale (que embora tenha sua comprovada qualidade tem 38 anos), Camilo (agora reintegrado, mas inconfiável e inconstante), Sarrafiore (que não recebeu chances o suficientes para se afirmar) e Nico (que foi testado um único jogo centralizado): é muito pouco para uma competição de tamanha exigência.
Colocado isto, a lista de 30 jogadores entregue não tem surpresas (talvez algumas decepções por ausência de outros jogadores da base); a ausência de Danilo Fernandes parece motivada pela sua recorrente e persistente lesão, e Jonathan Alvez (que para mim é superior a Trellez) parece ter como fundo o interesses de repassar o atleta a algum outro postulante na competição; assim, para a camisa 9 é factível que o clube aposta, e muito, no retorno de Guerrero.
O time vai para a competição continental basicamente apostando na maneira de jogar encontrada em 2018, que particularmente não me agrada neste contexto pois é necessário mais, as exigências são muito maiores e a referida fórmula parece desgastada, haja visto a estagnação tática e técnica e também as dificuldades imensas na criação e o frequente vazamento do sistema defensivo.
Esperava-se um salto de qualidade já que o trabalho é duradouro (15 meses de Odair a frente do time) e o contexto era de afirmação, não de reconstrução. Entretanto o Inter parece satisfeito na manutenção de seu modus operandi, para decepção e insatisfação de seus torcedores.
Raramente as equipes que vencem a Libertadores começam afirmadas, tendo os últimos vencedores crescido e evoluído ao longo da competição, que é longa e passa por uma fase de grupos e uma de mata-mata; eis ai que reside um pouco as esperanças de que o time possa se encontrar e melhorar a medida que a competição se desenrola.
Nesta perspectiva, este enfrentamento com o vencedor 4 (Talleres ou Palestino) é jogo-chave, e fazer no mínimo 4 pontos devem garantir o mínimo de tranquilidade para postular ao menos a 2ª colocação do grupo. Assim, não perder nesta estreia, quarta-feira, 06/03, fora de casa, é o primeiro desafio, travestido de mini-decisão para as pretensões coloradas.
Com o que temos, realmente é muito difícil sonhar alto e a lista de favoritos é considerável: River, Boca, Palmeiras, Grêmio, Cruzeiro, Flamengo… todos parecem estágios acima do Inter, seja pela qualidade do plantel, diversidade de opções ou maturidade tática de suas equipes.
Cabe aqui além de relativizar as expectativas em relação as pretensões, focar em objetivos curtos, e o primeiro deles é passar pela fase de grupos; passo a passo, com o avançar na competição, novos objetivos devem ser traçados, embora, se o tão necessário salto de qualidade não ocorrer, suspeito que a competição, ao menos para nós, não será tão longa quanto gostaríamos.
@Davi_Inter_BV