Alma do negócio
Nada mudou da semana passada pra cá que me faça, hoje, pensar em falar sobre o desempenho do time em campo. Pela manhã até surgiu notícia de dois volantes lesionados (Dourado e Nonato), além de um suspenso (Edenilson). Mas, convenhamos, o Internacional é o clube que mais contrata volantes na história desse país. Não posso, com isso, lamentar eventuais ausências no setor. Depois, Nonato está aí há mais de um ano e agora virou solução?
Trataremos de outro assunto, portanto. E este já estava definido na segunda-feira: o marketing do Inter.
Aí, como se parece que alguém leu os meus pensamentos (baita pretensão, convenhamos), a questão tomou conta das redes sociais nos últimos dias, de modo que o que vou falar aqui já não é mais tão novidade. Se bem que, sejamos honestos, a pouca afeição do Internacional para com as questões do marketing vem de sempre. No início do ano demitiram boa parte dos funcionários do setor e nem Vice temos na área neste momento. Marketing, portanto, nunca foi e nem é prioridade.
Pois faltam 12 (doze) dias para a estreia do Sport Club Internacional na edição 2019 da Copa Libertadores da América e, até agora, não apareceu nenhuma campanha de marketing para mobilizar a torcida, além do que disputar a competição já faz, tampouco para vender mais produtos oficiais do clube. Nesse sentido, importante frisar, que o nosso arquirrival é o clube de futebol que mais arrecada em royalties com a venda da marca do clube. Então, qual o motivo das coisas no lado vermelho não trilharem um caminho parecido?
Noutra banda, ainda temos a questão da fornecedora de materiais esportivos. Já tracei minhas críticas aqui e, agora, com o contrato caminhando para o seu final, já surgiram informações que dão conta acerca duma provável mudança. Sim, fontes dizem que a Nike não teria mais interesse em renovar com o Inter. O que parece ter lógica, a medida que a mesma nunca se esforçou muito. Prova disso é que a camisa branca, segunda linha, é a mesma de 2017. Dois anos sem renovação, pasmem! Na maioria dos clubes aqui no futebol brasileiro, a parceira que fornece a camisa oficial é, justamente, uma parceira. Participa e coordena ações de marketing, divulga a marca do clube, no Brasil e fora dele. Alguém aqui imagina que a Nike expõe a camisa do Inter em algumas das suas mega stores mundo afora? Pois a Reebok era muito mais parceira do clube e trás saudade.
Mas todos sabemos que a propaganda é a alma do negócio e, por isso, o título batido. Claro que, no futebol, a alma do negócio – mesmo, é o futebol e um bom desempenho dentro de campo. E um time que está ganhando motiva mais a sua torcida. Só que isso não basta; a torcida tem de encontrar opções e em todos os lugares; comprar uma camisa oficial do Inter no interior é quase impossível e, se conseguir, não tem como colocar o próprio nome nas costas ou escolher o número predileto. Ademais, num país como o nosso, em que fofoca de subcelebridade rende mais que informações acerca das tragédias recentes, traçar metas e ousar no marketing pode trazer uma importante renda capaz de assegurar aos cofres do clube a possibilidade de se investir em categorias de base e até no futebol feminino, por exemplo.
Logo, até quando nossa direção vai pensar o marketing como na década de 90? Em se tratando de Inter, são muitas as perguntas.