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O título faz o leitor remeter a uma referência ao regresso à competições internacionais, e aos grandes jogos continentais: 2019 é ano de Libertadores, mas é muito mais que isso.

Poderia também fazer referência ao retorno a elite do futebol brasileiro e a busca pelo protagonismo nas competições nacionais, mas também não para por aí: lutar pelas primeiras posições dos campeonatos nacionais é dever pra um clube da grandeza do Inter.

Creio que títulos são muito mais consequência de uma estruturação do clube, de uma ideia clara e bem definida de futebol, de parcimônia financeira e muito planejamento do que propriamente a formação de um grupo (ou time) com bons jogadores, que eventualmente pode levantar algumas taças.

Quando acontece apenas o último (que pode ocorrer, sem dúvida), as conquistas são efêmeras e o clube não consegue se manter como protagonista no médio-longo prazo.

Então a retomada que prego é a do clube com maior seriedade financeira, com assertividade nos investimentos, profissionalização administrativa e com um olhar mais atento a base, sem jamais esquecer a sintonia e a união política em prol do clube.

Este último é um capítulo a parte: o sucesso da década passada parece ter subido à cabeça de alguns dirigentes, embriagando e envaidecendo alas políticas  que parecem muitas vezes estarem mais preocupados com as próprias agendas particulares que o sucesso do clube: o clube é maior que tudo

Em um sorteio que coloca o Inter em um grupo complicado, com quase ou nenhuma margem de erro é preciso prestar muita atenção aos sinais de campo.

E o desempenho nas 4 linhas, ao contrário do que diz a tabela do Brasileirão, é muito menos animador, principalmente na 2ª turno do Brasileirão.

Pode-se dividir a análise em duas seções: a primeira, mais fria e incontestável, dos números e a segunda mais subjetiva e muito pessoal, que aponta para o futebol praticado quando a bola rola.

Começamos então por uma série de estatísticas:

  • O Inter teve apenas a 8ª melhor campanha considerando os últimos 6 jogos do Brasileirão, com 8 pontos conquistados contra adversários majoritariamente da parte de baixo da tabela: Ceara (F), América-Mg (C), Botafogo (F), Atlético-Mg (C), Fluminense (C) e Paraná (F).
  • Com 31 pts, teve a 4ª melhor campanha do returno: foram 7 pontos a menos que o 1º turno, sendo que a tabela era favorável, com todos os chamados jogos “difíceis” em casa.
  • O Inter teve apenas uma vitória fora de casa no returno, contra o Bahia. Foram 1V, 5E, 3D
  • O desempenho em casa no returno também teve queda, fruto da primeira derrota contra o Galo.
  • Nas últimas 14 rodadas, a zaga só não foi vazada contra o América-Mg na 34ª rodada e contra o Fluminense, na 37ª, ambos jogos no Beira-Rio. 

 E é claro, não podemos nos esquecer de olhar para o campo, e tentar ver dentro do intangível sinais de preocupação:

  • O Inter, pós Grenal, não teve jogos de grande desempenho ou de encher os olhos do torcedor. Verdade seja dita que raramente o futebol demonstrado foi de empolgar, mas nem a organização apresentada em alguns jogos (como o próprio Grenal) e a solidez defensiva da arrancada pós Copa raramente se repetiram: a falta de equilíbrio foi a tônica.
  • A dificuldade imensa em se impôr contra adversários da parte debaixo da tabela, que inclusive se manifestou nas vitórias em casa contra os reservas do Athlético-PR e Fluminense.
  • Com apenas uma vitória fora de casa, a maioria esmagadora das vitórias no returno foram no Beira-Rio, e uma boa parte delas foram fruto muito mais de suor e sinergia com a torcida (que compensava as limitações do time) do que propriamente bom futebol; aqui podemos citar jogos contra Vitória, Atlético-Pr, América-MG e Fluminense, sendo o jogo contra o São Paulo talvez a exceção nos últimos jogos em casa.
  • A dificuldade em manter placares parciais a favor, com recuo excessivo do time até tomar o empate ou ainda a virada. São exemplos de jogos onde o clube esteve a frente do placar mas não venceu: Chapecoense, Corinthians, Sport, Santos, Vasco, Ceará e Paraná.

Se procurar a fundo, seja nos números, seja dentro de campo, muitos serão os indícios de uma preocupante queda de desempenho.

Eis que ai reside um diagnóstico fundamental para as pretensões coloradas para 2019: o verdadeiro Inter é o do 3º trimestre de 2018 ou da sequência final do Brasileirão? Ou ainda o das eliminações do Gauchão e da Copa do Brasil no 1º semestre?

Talvez nem tão ao céu, nem tão a terra.

O que não se pode é fechar os olhos para as deficiências que já ficarão tão claras ao longo do ano e se embebedar de um 3º lugar que não condiz com o desempenho apresentado dentro de campo.

O Inter precisa se reforçar, e muito.

Caso contrário, a retomada que ocorre dentro de campo estará seriamente comprometida.

@Davi_Inter_BV

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