Davi

Evolução

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Antes do campeonato, colocada a proposta na mesa de o Inter ficar em 3º lugar sem disputar o campeonato e 99,9% dos colorados aceitariam de imediato. Seria uma proposta irrecusável.

Passada as primeiras 26 rodadas, com a liderança de momento, e onde supostamente o time tinha a tabela mais fácil dos postulantes ao título, com 2 jogos a mais no Beira-Rio a disputar do que fora, embalado e em ótima fase, a mesma proposta seria prontamente recusada.

Isto resume um pouco o desalento e o desânimo que alguns não conseguem entender em relação ao sentimento de frustração colorada… Sem dúvida mais uma oportunidade de ouro perdida para sair do jejum de títulos nacionais

Pois bem, que venha 2019, e a boa notícia é que o planejamento contará com Rodrigo Caetano… O mesmo foi contratado e anunciado antes do jogo contra a Chapecoense, onde Odair estava pressionado e ameaçado de queda, e a história toda nós sabemos.

A louvar sobre 2018 a limpa que se fez no elenco (listas aqui e aqui), bem como a obtenção de recursos financeiros com atletas de menos prestígio (Anselmo e Valdívia): o Inter passou o ano sem se desfazer de um de seus atletas titulares, algo realmente louvável.

2019 do ponto de vista da montagem do elenco também passa por mais uma significativa reformulação: eis algumas necessidades imperativas:

  • Dispensar, negociar ou rescindir atletas que não deram boa resposta: Ruan, Dudu, Gabriel Dias, Jonathan Alvez…
  • Fazer caixa ou utilizar como moeda de troca jogadores dispensáveis: Klaus, Pottker, Camilo, Brenner, Danilo Fernandes…
  • Renovar o empréstimo apenas se nos termos financeiros do clube (sem altos investimentos): Damião, Rossi, Fabiano e Wellington Silva
  • Reforçar ao nível de titularidade: lateral-direita, zaga, 1º volante, armador e setor ofensivo
  • Não comprar em definitivo Rithiely (sim, este ponto merece um tópico especial só pra ele)

Adicionalmente, posições que pareciam definidas viraram problemas a serem sanados (Iago e Patrick),  ainda há a possibilidade concreta de perda de pelo menos um titular (Dourado, provavelmente), além da completa incógnita que é a camisa 9 (qual Guerrero receberemos? Damião renova?)

Por fim, chega a ser constrangedor as vezes a falta de parceria para Nico (convenhamos, é muito difícil até fazer jogadas simples como uma tabela com Pottker e Jonathan Alvez)… O gringo hoje é o único jogador inquestionável no setor ofensivo colorado…

Tão importante quanto a reformulação do elenco, será fazer rendê-lo, e as lições de 2018 serão valiosas: dificuldade de criação em jogos onde tem a posse de bola, incapacidade de se impôr contra adversários mais fracos, falta de oportunidades para a base, insistências em jogadores de pouca ou nenhuma resposta e o desequilíbrio entre os setores.

Este último ponto é pertinente a medida que no 2º turno com a titularidade de D´alessandro e a adoção de um jogo mais cadenciado, a equipe apresentou melhoras ofensivas com o ônus defensivo… Alguns números para comparação:

  •  A equipe chegou a ter uma sequência de 9 jogos sem sofrer gol entre o final do 1º turno e começo do 2º. O oposto aconteceu no 2º turno, onde a equipe foi vazada de maneira consecutiva em 9 jogos, tendo a sequência interrompida contra o América-MG
  • Foram 11 jogos sem sofrer gol no 1º turno (clean sheet) e 6 no 2º turno, sendo 4 destes (Bahia, Palmeiras, Cruzeiro e Grêmio) no começo do 2º turno, ainda no modelo de jogo reativo.
  • Nos últimos 13 jogos, a equipe não sofreu gol apenas para o América-MG e para o time reserva do Fluminense, e nesta sequência esta incluso embates contra times que tem os piores ataques da competição (Chapecoense, Sport, Vitória, Corinthians e Ceará)
  • A equipe teve apenas uma vitória fora de casa no 2º turno, ao passo que no 1º foram 4.

O estilo de jogo mais cadenciado também coincidiu com a queda técnica de Iago e Patrick, este último de maneira gritante, uma vez que não tem qualidade para criar ou armar, mas era um jogador interessante no estilo de jogo em que a equipe apresentou o melhor momento no ano: pressão intensa no jogador com a bola, esperando o adversário e saindo no contra-ataque geralmente através de transição ofensiva direta.

Há também questões mais coletivas em questão; não sei qual foi o motivo, mas foi evidente a mudança de postura, principalmente fora de casa, onde mesmo na luta pela liderança a equipe mostrou diversas vezes uma apatia e desinteresse inaceitáveis  (para não dizer soberba), perdendo pontos contra adversários menos cotados, e a conta veio logo, com um sabor indigesto.

Ser um time de um truque só não conquista campeonatos (como bem vimos), e entendo que com este plantel que tínhamos a disposição em 2018 talvez tenha faltado qualidade para superar algumas dificuldades que se impuseram no caminho.

Mas para 2019 é preciso evoluir, e ter um modelo de jogo com mais alternativas e funcional tanto fora quanto dentro de casa são imperativos para um ano que se avizinha com grandes desafios, entre eles a competição continental.

2019 passa por qualificar o plantel colorado, e com ele, mudança de postura, novas alternativas táticas e novos modelos de jogo.

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